Uma contribuição para discussão sobre resíduos de metais em leite materno

  • Ana Laura Stringhini Corrêa UFFS - Campus Cerro Largo
  • Taísa Pereira Welter
  • Iara Denise Endruweit Battisti
Palavras-chave: metais pesados, contaminação, aleitamento

Resumo

A poluição ambiental causada por metais tóxicos tem sido uma preocupação mundial nos últimos anos, visto que a presença destes no corpo humano representa toxicidade e pode acarretar problemas de saúde. A importância dos efeitos tóxicos desses minerais reside no fato de não serem biodegradáveis e são encontrados em baixas concentrações (ISMAIL et al., 2014), além de possuírem longevidade na atmosfera, capacidade de bioacumulação no organismo humano e alta massa atômica.

Palavras-chave: metais pesados, contaminação, aleitamento.

Objetivo

O presente resumo tem como objetivo fazer uma revisão de artigos selecionados, sobre a presença de metais pesados, no leite materno e efeitos para a saúde humana.

Aporte teórico

Grande parte dos metais pesados se origina naturalmente no meio ambiente – e de fontes criadas pelo homem que causam poluição ambiental – e no momento que eles entram em contato com diferentes elementos como água e ar podem se tornar tóxicos. Extensas fontes de exposição de metais tóxicos ambientais levam a distúrbios de saúde em humanos, incluindo osteoporose, obesidade, disfunção renal, diabetes e câncer (JALILI et al., 2020). Os metais pesados se acumulam primeiramente no sangue, logo, atingindo órgãos, tecidos e também o leite materno. Reconhece-se que os metais pesados no leite materno têm uma ampla gama de toxicidade e efeitos carcinogênicos em bebês (KUNTER et al., 2017).

Metodologia

            Foram selecionados artigos relacionados à presença de metais pesados no leite materno e seus resultados foram descritos como aporte para uma revisão ampla.

Resultados

            Dentre os artigos revisados, Abboud e Almayahi (2021) realizaram um estudo, a fim de determinar a relação entre metais pesados e taxas de emissão de partículas alfa, no leite e sangue de mulheres lactantes no Iraque. Os resultados mostraram que as médias do Chumbo e do Cádmio no leite materno mostraram-se acima do limite recomendado pela OMS e a média do Chumbo mostrou-se abaixo do limite também recomendado pela OMS (ABBOUD e ALMAYAHI, 2021).

EKEANYANWU et al. (2020)  avaliaram os níveis de metais pesados ​selecionados (Pb, Cd, Cr, Cu, Zn, Fe, As e Hg), no Sudeste da Nigéria. Nenhuma das amostras ultrapassou os limites regulatórios legais nacionais e internacionais dos metais pesados s​elecionados no leite materno, exceto cromo. No entanto, a presença desses contaminantes ainda representa um risco à saúde. O’REILLY et al. (2020) compararam níveis de mercúrio de bebês e mães no leite materno das lactantes entre grupos estratificados por níveis de exposição. Um grupo controle não-exposto (n = 42), um grupo de exposição média (n = 51) e um grupo de alta exposição (exposição ocupacional, n = 27). Nenhuma lactante do grupo controle apresentou dose acima da referência, mas resíduos de mercúrio foi observado em 17,6% das participantes  do grupo de exposição média e 18,5% do grupo de alta exposição.      

Conclusão

A concentração de um metal no sangue pode ser usada como indicador de sua disponibilidade biológica no corpo, podendo fornecer informações úteis para o respectivo rastreamento e meios de contaminação das doenças em programas de saúde. Ainda há a necessidade de maior restrição de substâncias tóxicas em contato com o homem visando sua longevidade, saúde e bem-estar.

Referências

Asmaa H. Abboud, Basim A.Almayahi. Relação entre metais pesados ​​e taxas de emissão alfa no leite materno e no sangue de mulheres. Heliyon, v. 7, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.heliyon.2021.e06590. Acesso em: 12 ago. 2022.

EKEANYANWU ,C. et al. Níveis de aflatoxina M1 e metais pesados ​​selecionados (Pb, Cd, Cr, Cu, Zn, Fe, As e Hg) no leite materno de mães lactantes no sudeste da Nigéria. Food Control, v. 112, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2020.107150. Acesso em: 12 ago. 2022.

ISMAIL, A. et al. Metais pesados ​​em hortaliças e respectivos solos irrigados por canal, esgoto municipal e águas de poços tubulares. Aditivos Alimentares e Contaminantes: Parte B , v. 7, n. 3, pág. 213-219, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1080/19393210.2014.888783. Acesso em: 12 ago. 2022.

JALILI, C. et al. Exposição a metais pesados ​​e risco de osteopenia ou osteoporose: revisão sistemática e metanálise. Osteoporosis International , v. 31, n. 9, pág. 1671-1682, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00198-020-05429-6. Acesso em: 12 ago. 2022.

KUNTER, I. et al. Assessment of aflatoxin M1 and heavy metal levels in mothers breast milk in Famagusta, Cyprus. Biological trace element research, v. 175, n. 1, p. 42-49, 2017. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12011-016-0750-z. Acesso em: 12 ago. 2022.

O’REILLY et al. Níveis de mercúrio em bebês e mães no leite materno, urina e cabelo, dados de uma área de mineração de ouro artesanal e em pequena escala em Kadoma/Zimbábue. Enviromental Research, v. 184, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.envres.2020.109266. Acesso em: 12 ago. 2022.

O’REILLY et al.Níveis de mercúrio em bebês e mães no leite materno, urina e cabelo, dados de uma área de mineração de ouro artesanal e em pequena escala em Kadoma/Zimbábue. Enviromental Research, v. 184, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.envres.2020.109266. Acesso em: 12 ago. 2022.

Publicado
18-10-2022