UM OLHAR PARA O PENSAMENTO CRÍTICO NO ENSINO DE CIÊNCIAS EM PESQUISAS BRASILEIRAS

Abstract

O Pensamento Crítico (PC) no Ensino de Ciências vem sendo pontuado como uma
perspectiva potente para a formação de sujeitos críticos e reflexivos. Ancoramos nossa
compreensão de PC em Ennis (1985), que o compreende enquanto forma de pensamento
racional, reflexivo, focado no decidir aquilo em que acreditar ou fazer. Alinhamos a essa
compreensão as perspectivas portuguesas de PC no Ensino, que atentam para uma forma de
pensar em um conceito de PC está associado a racionalidade e ao apelo a boas razões, com
base em normas ou critérios que assegurem um pensamento de qualidade (TENREIRO-
VIEIRA, VIEIRA, 2014). Ademais, compreendemos que o PC evoca uma maneira de
compreender o mundo a partir de critérios que permitem analisar o contexto e os fatos sociais.
Assim, a partir de um estudo bibliográfico do tipo estado do conhecimento na Biblioteca
Digital de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT), tendo como orientadores de busca: pensamento crítico, formação de
professores e Ensino de Ciências no título, resumo e palavras-chave. Buscando entender o que
tem se pesquisado no Ensino de Ciências na temática pesquisada, formação de professores de
ciências para o pensamento crítico. Objetivando compreender o que se entende por PC nas
pesquisas strictu sensu e as implicações na formação dos professores, assim serão demarcadas
as bases para nortear nossa pesquisa tenciona avançar na teorização e ainda construção de referências para o PC em contexto brasileiro. Para a análise utilizamos a Análise de conteúdo
definida por Lüdke e André (2016) que organizada pelas etapas: seleção e pré-categorização,
análise das categorias e discussão e teorização das categorias descritas. A análise dos
conceitos de PC foi realizada a partir da categorização descrita por Broietti e Güllich (2021)
que entende o PC em duas correntes de compreensão: Pensamento Crítico enquanto pensar
racional e reflexivo voltado ao agir crítico, que se relaciona diretamente com as definições de
Ennis, e a ainda Pensamento Crítico pautado na reflexão crítica sobre o mundo voltado à
emancipação social. Foram encontradas treze pesquisas, entre os anos de 2007 a 2020, dentre
as quais destacaram-se as proposições de estratégias de ensino. Compreendemos um aumento
recente nas pesquisas brasileiras com PC no Ensino de Ciências aliado muitas vezes a
orientações portuguesas, o que reflete diretamente nos conceitos de PC, além dos aspectos
metodológicos que se assemelham com as pesquisas portuguesas. Destacaram-se as
investigações voltadas para a avaliação e implantação de estratégias de ensino. A formação de
professores para o PC ainda demanda esforços para que além de se pontuar a sua importância
demarcar como formar para ensinar PC. Partindo de que apesar de investigar as estratégias do
professor capazes de promover o PC, a maior parte das pesquisas não aliou a importância da
formação para desenvolver essas propostas. A partir desta revisão depreendemos a
necessidade de novas pesquisas enfocando o PC, especialmente na formação de professores
para o desenvolve-lo.