O ENSINO DE CIÊNCIAS E A MODELAGEM EM PESQUISAS BRASILEIRAS

Palavras-chave: Modelos. Formação e prática docente. Estratégias educacionais.

Resumo

A modelagem, tradicionalmente utilizada no ensino de matemática, vem sendo desenvolvida em outras áreas do conhecimento por apresentar potencial ao ensino de conceitos de todas as áreas. Nesse sentido, a modelagem na educação, ao propor a pesquisa e a construção de modelos, requer dos estudantes protagonismo na construção do conhecimento científico. Neste trabalho apresentamos e discutimos o estado da arte da modelagem no ensino e na formação inicial e continuada de professores da área de Ciências da Natureza (CN) a partir de teses e dissertações publicadas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), com o objetivo de conhecer práticas de modelagem desenvolvidas no ensino e na formação de professores na área de CN. A busca ocorreu no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), que coordena a BDTD, um repositório de teses e dissertações produzidas em instituições de ensino e pesquisa brasileiras, sendo um meio de divulgação da produção científica nacional. A busca deu-se pelos termos modelagem, ensino e Ciências, no título, resumo e palavras-chave, sem delimitação de tempo. Obtivemos 738 ocorrências, das quais foram selecionadas 13 pesquisas por tratarem do tema modelagem no ensino de Ciências. As pesquisas foram analisadas por meio da Análise Textual Discursiva (ATD), conforme Moraes e Galiazzi (2016). Da análise emergiram 3 categorias finais: Modelagem: investigação, argumentação, conhecimentos e ausências; Modelos nas Ciências; e Professores e Modelagem: formação e aprendizados. A análise das pesquisas evidenciou o potencial das atividades de modelagem para o desenvolvimento de estudantes protagonistas da construção de seus conhecimentos por meio da investigação. Destacamos o papel do professor como mediador dos processos de ensino e de aprendizagem, ao conduzir os estudantes na construção do modelo por intermédio de questionamentos que os desafie na busca das respostas e do ensino de Ciências com sentido para o estudante. Os dados mostram que atividades de modelagem são pouco desenvolvidas no ensino em contexto escolar, por motivos que envolvem a formação inicial e continuada do professor, as resistências de estudantes e professores às estratégias diferenciadas, ou, ainda, o tempo exigido para ser desenvolvida. Entendemos que a modelagem nas Ciências nos impulsiona para disseminar conhecimentos acerca dos modelos e da modelagem em contexto escolar como qualificadores do ensino, assim como propor o desenvolvimento formativo aos professores em formação inicial e continuada.

Biografia do Autor

Sandra Maria Wirzbicki, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutora em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Educação nas Ciências e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Atualmente é Professora Adjunta da área de Ensino de Biologia no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza, com atuação nos estágios curriculares supervisionados, metodologia e práticas de Ensino. Atua na pesquisa, na extensão e na docência, principalmente nos seguintes temas: Ensino de Ciências e Biologia, Estágios, Conteúdos Estruturantes, Metodologia no Ensino de Ciências/Biologia, Avaliação, Livro Didático. Integrante do grupo de pesquisa - Grupo de Pesquisa em Educação em Ciências Naturais (GPECieN) grupo consolidado junto ao Diretório de Grupos do CNPq. Atua como Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da UFFS - Campus Cerro Largo.

Publicado
19-10-2022