CINEMA E NEGACIONISMO DA CIÊNCIA: DISCUSSÃO E POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Resumen

Essa pesquisa apresenta as possibilidades da utilização do cinema para discussão das temáticas Educação e Saúde (ES) e Negacionismo da Ciência. Visto que,  o conhecimento científico trabalhado nas escolas ou em outras instituições, deve visar o contexto social e histórico, possibilitando que os estudantes questionem e reflitam sobre questões que interferem no seu cotidiano. Assim, tivemos como objetivo analisar o potencial do filme Sonhos Tropicais como desencadeador de discussões sobre Educação em Saúde e negacionismo científico, com professores de Ciências Biológicas em formação inicial. Para tal, metodologicamente a pesquisa teve fundamentação na análise microgenética (GÓES, 2000). Os sujeitos investigados foram licenciados em Ciências Biológicas de uma Instituição de Ensino Superior (IES). Como resultado, obtivemos três episódios para análise, em que emergiram duas cenas para discussão, assim, utilizamos os processos de degravações propostos por Carvalho (2015). Para tanto, ainda utilizamos como dados empíricos os Diários de Formação (DF), como proposta de discussão e análise da prática docente, os mesmos formaram mais uma cena, juntando-se as discussões com os episódios, assim, totalizam 3 cenas para análise.  Essa pesquisa se baseou na abordagem Histórico-Cultural proposta por Vygotsky (2001), que propõe o processo, em que a análise implica considerar as mudanças do desenvolvimento humano, partindo da história das funções mentais superiores. A investigação no processo de formação inicial, com a utilização dessa abordagem metodológica por meio da análise de episódios transcritos, proporciona identificar o curso das transformações dos sujeitos envolvidos na pesquisa em meio aos objetivos propostos no processo de formação inicial. Esse estudo evidencia o quanto o cinema possui possibilidades de inserção em sala de aula, seu enredo fílmico pode vir carregado de significados e pontos de discussões sobre as temáticas ES e Negacionismo da Ciência, além de questões referentes à Alfabetização Científica (AC). Com essa pesquisa, mais uma vez fica evidente que o contexto social, e a discussão no coletivo ou ação intermediada é mais efetiva no processo de ensino (VYGOTSKY, 2001). Essa afirmativa é verificada quando analisamos os diários, pois quando há diálogo em grupo a discussão é maior, assim, concluímos que o cinema e sua vasta potencialidade nos meios de ensino, precisam do professor intermediador, o qual, assume papel fundamental na construção do conhecimento científico, e no desenvolvimento de sujeitos críticos para o contexto social que eles se inserem.