ESTUDO DE CASO EM ARQUITETURA E URBANISMO: RELEVÂNCIA PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Palavras-chave: Estudo de Caso, Arquitetura e Urbanismo, Ensino Superior, Ensino-aprendizagem

Resumo

O Estudo de Caso é uma metodologia de pesquisa qualitativa muito utilizada nos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, especialmente nas disciplinas de projeto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e de interiores, constituindo parte do processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de um importante instrumento de compreensão dos diversos aspectos de uma edificação ou espaço urbano, possibilitando conhecimentos ampliados sobre seu planejamento e projeto. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo apresentar uma atividade acadêmica envolvendo Estudo de Caso como procedimento técnico de grande relevância para o processo de ensino-aprendizagem nos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, assim como, sugerir parâmetros de desenvolvimento de análises de casos. Para o aluno, desenvolver a criticidade durante a graduação faz parte do processo de formação acadêmica, e metodologias que envolvem estudos de caso, requerem uma análise detalhada dos projetos. O foco deste tipo de estudo é estimular o interesse pela observação e análise de obras desenvolvidas por arquitetos de diferentes nacionalidades, de variadas tipologias e de diferentes técnicas e métodos construtivos. Como não existe um protocolo específico para seu desenvolvimento, este deve ser construído conforme as peculiaridades do que se pretende fazer com o estudo realizado. Yin (2014) ressalta a importância do estudo de caso nas ciências sociais sendo uma das metodologias mais utilizadas, no entanto, explica que as estratégias e técnicas não são bem definidas e estruturadas. Na intenção de auxiliar na produção de estudos que colaborem com o ato projetual, sugere-se que parâmetros sejam observados e analisados por meio de informações imprescindíveis para um projeto como: caracterização do arquiteto e equipe, informações gerais do projeto (cliente, tipologia, área, ano de projeto e/ou construção), aspectos históricos e geográficos, relações com o entorno, programa de necessidades, setorização, fluxos e circulações, definição espacial e volumetria, materiais e soluções relacionadas a estrutura, insolação, iluminação e ventilação. Ainda, artigos publicados em sites/revistas especializadas em arquitetura e urbanismo, que apresentam obras consagradas, contribuem para a produção do estudo de caso. Assim, o aluno poderá perceber a relevância das informações levantadas para a construção do conhecimento baseado em projetos reais e focados nos usuários, possibilitando a identificação de soluções técnicas, projetuais e formais utilizadas nos estudos realizados e quais resultados, positivos ou negativos, foram obtidos a partir delas. Corroborando, Galbinski (2008) reforça “que não só a apreciação positiva é proveitosa. Saber o que evitar igualmente favorece a concepção”. Além disso, estudos de caso são fundamentais para ampliar o repertório de projetos, desenvolver a criatividade e a técnica projetual. Nesse sentido, Ching (2013) ressalta que se a compreensão “de uma linguagem de projeto é limitada, o espectro de soluções possíveis a um problema também será limitado”. Por fim, enquanto prática docente, o estudo de caso arquitetônico é uma excelente metodologia ativa de fixação dos conteúdos. Portanto, a utilização da técnica permite, além de desenvolver a autonomia dos acadêmicos, fazer um entrelaçamento das diversas disciplinas que compõem a matriz curricular, evidenciando a multidisciplinaridade existente nos projetos de Arquitetura e Urbanismo.

Biografia do Autor

João Paulo Lucchetta Pompermaier, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na área de concentração "Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído" e linha de pesquisa "Métodos e Técnicas Aplicados ao Projeto em Arquitetura e Urbanismo". Especialista em Design de Interiores pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL, 2021). Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Empresarial de Chapecó (FAEM/UCEFF, 2019). Pesquisador no Laboratório de Ergonomia (LABERGO) do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas (DEPS/CTC/UFSC) e membro do grupo de pesquisa GMETTA - Grupo Multidisciplinar de Ergonomia do Trabalho e Tecnologias Aplicadas (UFSC-CNPq).

Sandra Aparecida Piloto Lopes, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na área de concentração "Projeto e Tecnologia do Ambiente Construído" e linha de pesquisa "Métodos e Técnicas Aplicados ao Projeto em Arquitetura e Urbanismo". Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB-DF). Especialista em Docência Universitária pela FABEC-GO. Professora no curso de Design de Interiores na UniCambury-GO. Pesquisadora no Laboratório de Ergonomia (LABERGO) do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas (DEPS/CTC/UFSC) e membro do grupo de pesquisa GMETTA - Grupo Multidisciplinar de Ergonomia do Trabalho e Tecnologias Aplicadas (UFSC-CNPq). Atuou como professora na UniAraguaia no curso de Arquitetura e Urbanismo; foi coordenadora dos cursos de Design de Interiores, Design de Jóias e Games e Design de Produtos da UniCambury. Trabalhou em lojas de mobiliários sob medida e em escritórios de arquitetura e construtoras de engenharia.

Lizandra Garcia Lupi Vergara, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Arquiteta e Urbanista e Engenheira de Segurança do Trabalho, com Mestrado (2001) e Doutorado (2005) na área de Ergonomia pela Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora Associada na Graduação (DEPS) desde 2010, atuando nas Pós-graduações da Engenharia de Produção (PPGEP) e da Arquitetura (PósARQ) da UFSC. É Supervisora do Laboratório de Ergonomia (LABERGO) do CTC/UFSC e Líder do grupo de pesquisa GMETTA - Grupo Multidisciplinar de Ergonomia do Trabalho e Tecnologias Aplicadas (UFSC-CNPq). Ergonomista Sênior Certificada pela Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), e Coordenadora do Grupo Técnico da ABERGO - GT de Ergonomia do Ambiente Construído e Acessibilidade. Atua como Editora Chefe da Revista IJIE (Iberoamerican Journal of Industrial Engineering). Áreas de atuação na docência e pesquisas: Ergonomia na Saúde e Segurança, Acessibilidade, Lean-Ergonomics, Experiência do Usuário, Tecnologia Assistiva e Envelhecimento Saudável.

Publicado
18-10-2022
Seção
Eixo 06: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - Resumo