Mães na academia: uma análise interdisciplinar acerca da inclusão do item licença-maternidade no currículo lattes

  • Marina Teixeira Monteiro UFFS
  • Noelen Alexandra Weise da Maia
Palavras-chave: Decolonialidade. Divisão Sexual do Trabalho. Portaria 248/2011

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de propor algumas reflexões acerca da extensão da licença-maternidade para estudantes da pós-graduação inserida pela Portaria 248/2011. A pergunta que orienta essa discussão é a seguinte: em que medida essa portaria contribui para a mitigação das desigualdades entre os gêneros e em que medida contribui para os estigmas atrelados a eles? Partindo de uma análise decolonial, que compreende as estruturas coloniais enquanto permanentes nas sociedades colonizadas, mesmo após as independências político-jurídicas, propomos uma problematização da maternidade compulsória para as mulheres, assim como da divisão sexual do trabalho. Para nossa análise utilizamos a metodologia bibliográfica-investigativa. O que pudemos concluir é que os papéis de gênero determinados, onde a mulher é a principal responsável pelos trabalhos de cuidado e reprodução, contribui para a sobrecarga de trabalho feminino, mesmo para aquelas que não desempenham trabalhos formais, como as pós-graduandas, dessa forma a sua inserção na licença-maternidade é uma forma de minimizar as desigualdades. No entanto, este trabalho também conclui que o cerne da questão não é propriamente a inserção das pós-graduandas na licença, mas a própria construção dos papéis de gênero, que torna a maternidade uma tarefa exclusivamente feminina, onde a mulher é a responsável, sozinha, pelo cuidado e criação da criança. Portanto, ao mesmo tempo que a licença-maternidade, para as pós-graduandas é uma forma de minimizar as desigualdades de gênero, a questão que urge é repensar a forma com que pensamos, enquanto sociedade, a maternidade.

 

Publicado
07-11-2021
Seção
Eixo 09: MULTIDISCIPLINAR - Trabalho Completo