Inter-relação entre Disbiose e Periodontite

  • Sérgio - Spezzia Departamento de Pediatria - Disciplina de Pediatria Neonatal - Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo
Palavras-chave: Doenças Periodontais, Periodontite, Disbiose

Resumo

A cavidade oral consta de ecossistema que engloba de 50 a 100 bilhões de bactérias, entre outros microrganismos como fungos e vírus, o que envolve cerca de 700 espécies bacterianas. Os dentes, lábios e gengivas, entre outras estruturas compõem esse ecossistema. Cada uma dessas estruturas compreende um nicho ecológico que propicia meios para o desenvolvimento de microrganismos, dessa forma originando ambientes diferentes com diferentes microbiomas. A Disbiose corresponde ao estado modificado da ecologia microbiana, tanto na cavidade oral como no trato gastrointestinal. Na disbiose evidencia-se que organismos de baixa virulência, envolvendo bactérias, leveduras e protozoários encontram-se em desequilíbrio em relação ao restante da flora bacteriana, levando a modificações na resposta imunológica do hospedeiro. Doenças periodontais e cárie dentária podem ser originadas da disbiose do microbioma bucal. As doenças periodontais constituem doença multifatorial infecciosa, crônica, onde averigua-se quadro imunoinflamatório e assintomático. Essa patologia advém da exposição do tecido periodontal à ação de bactérias que se aderem a superfície dentária. Comumente as doenças periodontais são evidenciadas como gengivite e periodontite. A gengivite tem caráter reversível, já a periodontite é irreversível. A periodontite consta de doença inflamatória crónica, que advém de modificações no microbioma oral que provocam desregulação imunitária e perda progressiva de massa óssea, oriundo da acumulação de bactérias como as Porphyromonas gengivalis. O objetivo do presente trabalho foi averiguar como a periodontite pode ocorrer advindo da ação concomitante da disbiose. Realizou-se estudo de revisão bibliográfica com busca nas bases de dados: Google Acadêmico, LILACS e levantamento de estudos que tratavam da possível correlação existente entre disbiose e a instalação da periodontite. Quanto ao desequilíbrio que ocorre na microbiota periodontal, promovendo disbiose, efetivou-se modelo de patogênese em que a periodontite ocorreria por ação de microrganismos sinérgicos e disbióticos. O surgimento de microrganismos com alta capacidade patogênica, provém da ação de espécies de microrganismos, denominados de patógenos fundamentais, nessa circunstância ocorre prejuízo da resposta imunológica do hospedeiro, oriundo da ação de modulação da resposta do hospedeiro proveniente desses patógenos fundamentais, o que promove modificações no equilíbrio da homeostase e a instalação de disbiose. Bactérias orais, como a Porphyromonas gingivalis correlacionam-se a disbiose intestinal. Em boca, essas bactérias provocam a instalação da periodontite, concomitantemente podendo desencadear outras patologias relacionadas com o desequilíbrio no microbioma intestinal. Concluiu-se que pode haver prejuízo a saúde periodontal com a ação da disbiose, levando ao acometimento da periodontite e que a prevenção de quadros inflamatórios periodontais mais graves, primando pela manutenção de um estado de saúde periodontal satisfatório tende a evitar o acometimento por agravantes que necessitam de tratamentos periodontais mais complexos.

 

Biografia do Autor

Sérgio - Spezzia, Departamento de Pediatria - Disciplina de Pediatria Neonatal - Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo

Possui graduação em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Mogi das Cruzes (1991). Especialização em Saúde da Mulher no Climatério pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Especialização em Adolescência para Equipe Multidisciplinar e em Gestão em Saúde pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo. Especialização em Gestão Pública pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Mestrando em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria pela Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo. Aperfeiçoamento Clínico em Prótese Fixa, Prótese Unitária e Facetas - Inlay/Onlay pela Fundação Faculdade de Odontologia - FFO - FUNDECTO - Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo e em Cirugia Oral, Endodontia, Prótese Total, Prótese Fixa e Odontopediatria pela Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas. Atualmente é assessor científico ad hoc do BRAZILIAN JOURNAL OF SURGERY AND CLINICAL RESEARCH (BJSCR) e assessor científico ad hoc - Revista Uningá Review

Link para o lattes: http://lattes.cnpq.br/6704918188281863

Publicado
11-11-2021