AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ACESSOS DE PITANGUEIRA, QUANTO A CARACTERES FENOTÍPICOS, PRECOCIDADE DE PRODUÇÃO E COMPONENTES BIOATIVOS DOS FRUTOS

  • TAÍS REGINA ECCO CASASOLA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Resumo

Espécies de frutas nativas da família Myrtaceae, como a Eugenia uniflora L. são conhecidas por seu potencial tecnológico, frequentemente encontradas em pomares comerciais e domésticos ocupando um lugar de destaque nos ecossistemas naturais, o que aumenta o interesse de pesquisa em relação ao valor nutricional e qualidade da fruta promovendo o setor de pesquisa e industrialização. O objetivo deste projeto de pesquisa visa compreender os diferentes acessos de pitangueira, quanto a caracteres fenotípicos, precocidade de produção e componentes bioativos dos frutos, a fim de avaliar a similaridade de acessos de pitangueira quanto à resistência a pragas e componentes fenotípicos para caracteres de importância agronômica e biológica, buscando inovar a matriz produtiva regional com nova espécie e cultivar frutífera, para plantios em pomares. O projeto de pesquisa será realizado junto à área experimental, setor de fruticultura e laboratório de fruticultura e pós-colheita do campus Chapecó, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Onde serão acompanhados diferentes acessos de pitangueira (Eugenia uniflora L.). Analisar-se-á 60 acessos de pitangueira oriundos de polinização aberta em pomar da região de Pelotas-RS. Será avaliado mensalmente o comportamento vegetativo das plantas, a cada três meses serão realizadas médias e serão feitas avaliações por estações do ano. Onde o crescimento será determinado a partir das variáveis: diâmetro do tronco, altura total de planta, dimensão de copa, diâmetro da copa, número de brotações novas e número de folhas novas por brotação, número de folhas novas por brotação, comprimento das brotações, área foliar, clorofila A/B e Total e fluxo xilemático. Para a caracterização morfológica dos acessos, será utilizado descritores qualitativos como: cor do caule, formato dos ramos, diâmetro do caule, formato da folha, coloração da folha, formato da base das folhas e do ápice das folhas e o hábito de crescimento das plantas. Em relação à avaliação das características de desenvolvimento de frutos, serão colhidos e avaliados quanto a: início da frutificação, frutificação efetiva, início e fim da maturação, presença de maturação precoce e duração do ciclo desde a floração até a maturação dos frutos, início da floração: (10% das flores abertas),  data plena da floração: (50% das flores abertas), final da floração: (90% das flores sem pétalas), data da queda das pétalas, precocidade de entrada de produção e início da brotação. Serão avaliadas as características qualitativas dos frutos: ph, sólidos solúveis, acidez titulável, umidade, relação sólidos solúveis/acidez titulável, cor da polpa e frutos, teor de proteína, relação de açucares totais, compostos fenólicos e ácido ascórbico. E características quantitativas: massa (g), comprimento (cm), diâmetro total (cm), diâmetro polar do fruto e semente (cm), diâmetro equatorial do fruto e semente (cm), peso do fruto e semente (g), número total de frutos, massa da polpa, espessura da polpa, massa de sementes e número de sementes e firmeza de polpa. Para agrupar os acessos em dissimilaridade fenotípica, será analisado a distância euclidiana, entre os grupos mais próximos fenotipicamente, construindo um dendograma de dissimilaridade genética através do programa R. Para identificar qual acesso se destaca em cada variável aplicar-se-á a Análise de Componentes Principais (PCA – Principal Components Analysis). A técnica será implementada com o pacote FactoMineR (HUSSON et al., 2017), no qual os componentes principais (PC – Principal Components) são obtidos por meio da diagonalização da matriz de correlação, com extração dos autovetores e autovalores associados. O software utilizado será o R, versão 3.3.2. Espera-se selecionar e/ou encontrar dentre os acessos pelo menos 15% dos acessos/genótipos, resistentes as principais pragas, selecionar entre as plantas com hábito erétil, 15% resistentes ao frio/geada, obter pelo menos uma nova cultivar de pitanga resistente em, pelo menos uma das principais doenças da cultura, inovar nas recomendações aos agricultores da região, recomendando a pitangueira como diversificação da matriz produtiva e com pelo menos uma nova cultivar, lançada com boa adaptação ao clima local, dar novas opções aos agricultores locais para melhorias nas técnicas de produção de pitanga, em especial com possibilidade de produção num contexto agroecológico, espera-se ainda, contribuir para a formação acadêmica de estudantes, com visão para a ciência e desenvolvimento crítico e tecnológico para a busca de inovação tecnológica para aplicar no meio agrícola, em especial para atuar com registro de novos produtos/cultivar.

Publicado
07-11-2021