LOMBALGIA NO PERÍODO GESTACIONAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Resumo

Introdução: A dor lombar é compreendida como desconforto axial ou parassagital na região lombar inferior, é essencialmente musculoesquelética e pode ser devida a uma combinação de fatores mecânicos, circulatórios, hormonais e psicossociais. A sua ocorrência durante a gravidez e puerpério tem sido declarada como em 50% dos casos. Objetivo: Evidenciar através da literatura a existência de dor lombar e sua repercussão em gestantes. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativa. Seguindo os passos recomendados para uma revisão integrativa, o estudo foi realizado em sequências, sendo: 1) identificação do problema; 2) a busca na literatura; 3) extração dos dados; 4) avaliação; 5) análise, síntese e exposição dos resultados. A busca da literatura ocorreu no mês de setembro de 2020. Para a busca foram utilizados descritores e as associações foram realizadas por meio dos operadores booleanos nas seguintes bases de dados: Web Of Science: “Low Back Pain” AND “Pregnant Women” AND “Pelvic Pain”; Scientific Electronic Library Online (Scielo): “lombalgia” OR “dor lombar” AND “gestantes”; Cochrane Library: “low back pain” AND “pregnant women” AND “pelvic pain”; Virtual Health Library (VHL = BVS): “lombalgia” OR “dor lombar” AND “gestantes”. Foram incluídos artigos nos idiomas inglês, português e espanhol, publicados nos últimos cinco anos, que discorre sobre a lombalgia em gestante e excluídos artigos duplicados e/ou que não respondiam ao objetivo do estudo.  Resultados: Foram encontrados 322 artigos na  Web of Science, 32 na Scielo,18 na BVS e um na Cochcrane, após aplicados os critérios de inclusão e exclusão, a amostra final foi composta por 10 artigos. Dentre os artigos selecionados sete abordaram que as diversas modificações, fisiológicas, anatômicas e hormonais que ocorrem durante a gestação podem ocasionar um aumento da flexibilidade articular, alargamento da sínfise púbica e acentuação pélvica,  resultando em mudanças biomecânicas, levando à adoção de posturas compensatórias que sobrecarregam a coluna lombar, predispondo ao surgimento da dor. Decorrente a isso, a patologia resulta em diversas limitações nas atividades diárias, tais como andar, sentar, levantar objetos, afetando a qualidade do sono, disposição física, desempenho no trabalho, vida social,  atividades domésticas e lazer, comprometendo assim, a qualidade de vida da paciente, como citado em seis dos artigos selecionados. Conclusão:  A dor lombar é prevalente em gestantes, dado que  relaciona-se com as acentuadas mudanças hormonais e anatômicas na tentativa de adaptar o corpo para esse período. Além de causar modificações na postura e disposição física, a dor lombar modifica também os hábitos, a qualidade do sono, bem-estar pessoal de cada mulher e afastamento do trabalho, trazendo prejuízos econômicos, desta maneira interfere diretamente na condição de vida das gestantes. Baseado no que foi exposto é necessário que os profissionais de saúde estejam atentos aos sintomas musculoesqueléticos com o objetivo de melhorar a assistência prestada a essas mulheres. Recomenda-se mais pesquisas nesta área para melhorar a qualidade de vida das gestantes.