PREVALÊNCIA DE INTERNAÇÕES POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS POR USO SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NO ESTADO DA BAHIA ENTRE 2010 E 2020.

  • Jhoyce Michaelle Costa Oliveira Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Fernando Maia Reis Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Lucas Costa Lins Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Laura Beatriz Santos Araújo Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Polyana Gonçalves da Silva Sousa Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Larissa de Oliveira Silva Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Vitor de Oliveira Silva Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Jamilly de Oliveira Musse Universidade Estadual de Feira de Santana
Palavras-chave: Transtornos Mentais Orgânicos Induzidos por Substâncias Psicoativas, Dependência de Substâncias Psicoativas, Abuso de Substâncias Psicoativas

Resumo

INTRODUÇÃO:Os transtornos mentais e comportamentais por uso de substâncias psicoativas são causados por seu consumo contínuo e recorrente apesar dos prejuízos psicossociais e físicos que ele provoca. Os resultados desse padrão de ingesta incluem problemas interpessoais e a síndrome de abstinência. Ainda, a obtenção e/ou a utilização dessas substâncias possuem relação com episódios de violência: aproximadamente 11,5 milhões de indivíduos dirigiram sob o efeito de álcool nos últimos 12 meses (III Levantamento Nacional Sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, de 2015). OBJETIVO: Descrever as internações hospitalares por Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas no estado da Bahia, através da lista de morbidade do CID-10 (CID 10 – f19), no período de julho de 2010 a julho de 2020, quanto aos custos de hospitalização, características sociodemográficas e mortalidade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, de análise quantitativa, cuja fonte de dados foi o Sistema de Morbidade Hospitalar (SIH-SUS) do Ministério da Saúde, sendo os resultados tabulados em gráficos e tabelas, utilizando o programa Microsoft Excel 2016. RESULTADOS: Foram registradas 16 550 internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas no estado da Bahia, com diminuição de 16% de 2010 a 2020, e o valor médio de internamento foi de R$ 1077,89. O tempo médio de permanência das internações foi de 22 dias com redução de 56,7% no período analisado, enquanto a taxa de mortalidade foi de 1,95 óbitos/100 internações, predominante no sexo masculino (85%) e na faixa etária de 50-59 anos (23,45%). 88,5% das internações ocorreram no sexo masculino e 58,7% ocorreram na cor/raça parda, a faixa etária predominante foi de 30-39 anos (29%) seguida de 40-49 anos (26,4%). DISCUSSÃO: Embora o número de internações no Estado da Bahia, em nível de Nordeste, fique atrás apenas do Pernambuco e Ceará, a sua Taxa de Internação Hospitalar (0,00109) foi inferior à do Nordeste (0,00235) e do Brasil (0,00420). Assim, a Bahia e o Nordeste como um todo não são os principais responsáveis pela elevada taxa de internações do país. O decréscimo do número de internações no período avaliado acompanhou a tendência nacional, devido principalmente à intensificação nas campanhas de prevenção e ações de reabilitação. A Taxa de mortalidade no Estado da Bahia supera a do Brasil (0,48) e a do Nordeste (0,79), o que pode ser entendido como o reflexo de diagnósticos tardios e a falta de um protocolo padronizado. A predominância de internações no sexo masculino está de acordo com a literatura, que destaca os homens como usuários de substâncias mais nocivas e com maior potencial de dependência. CONCLUSÃO: Desse modo, a exemplo dos esforços gastos nas estratégias de prevenção e reabilitação, precisa haver um empenho em superar os diagnósticos tardios. O negacionismo dos indivíduos dependentes de substâncias psicoativas assiduamente é um dos fatores que atrasam a identificação dos casos e deve ser estudado com bastante atenção.

Publicado
23-03-2021