INTERNAÇÕES POR ESCLEROSE MÚLTIPLA NO ESTADO DE SÃO PAULO

UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

  • Henry Ford Dal'Col Frois Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Victor Barbosa Assis Universidade Federal da Paraíba
  • Yago Felyppe da Silveira Alvim Sant’Ana Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Emanoelle Aparecida Palangani Centro Universitário Ingá (UNINGA)
Palavras-chave: Esclerose múltipla. Doenças Desmielinizantes. Doenças Autoimunes Desmielinizantes do Sistema Nervoso Central. Sistema Nervoso Central. Neurologia.

Resumo

A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa, que causa distúrbios neurológicos por destruição da mielina, afetando a condução nervosa. Essa patologia está diretamente associada com a incapacitação funcional de milhares de pessoas consideradas jovens. Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo epidemiológico, que permita identificar grupos de risco associados com o desenvolvimento da esclerose múltipla no estado de São Paulo. Para tanto, utilizou-se da coleta e análise de dados do DATASUS, recorrendo ao intervalo entre 2010 e 2019. Como referencial teórico, buscou-se nas bases Scielo e PubMed, utilizando os descritores: Esclerose múltipla, Doenças Desmielinizantes, Doenças Autoimunes Desmielinizantes do Sistema Nervoso Central, Sistema Nervoso Central e Neurologia. Como critérios de inclusão, foi escolhido a faixa etária de 20-59 anos, assim como foram excluídos os pacientes com dados não informados ou pouco significativos para o estudo. No tocante internações por esclerose no estado de São Paulo (9.168), foi possível evidenciar uma predominância do sexo feminino (69,50%), sendo 6.372 admissões, enquanto que o masculino (30,50%), com 2.796. Com base na faixa etária, o período de 20-29 anos apresentou 2.502 internações (27,29%); 30-39, 3.449 (37,61%); 40-49, 1.973 (21,52%); e 50-59, 1.244 (13,56%). Ao analisar cor/etnia, verificou-se uma maioria de brancos (85,14%), com 7.806; pardos (11,07%), 1.015; e negros (3,78%), 347 admissões. Também evidenciou-se um aumento (431,90%) das internações, onde no ano de 2010 tinham 373 casos, enquanto que em 2019 elevou-se para 1.984. Diante disso, é possível destacar o perfil dos pacientes com essa doença, demonstrando que mulheres, de cor branca, entre 30-39 anos, apresentam maiores chances de desenvolver tal condição. Além disso, foi possível destacar um aumento importante no número de internações, o que está associado com melhores técnicas diagnósticas e um manejo clínico mais eficiente, assim como uma melhor notificação da doença. À vista disso, verifica-se a importância do estudo epidemiológico na definição de condutas e de diretrizes que facilitem o diagnóstico e o tratamento dessa condição, de acordo com as características do paciente, possibilitando uma melhor identificação e controle da sua ocorrência.

Publicado
29-03-2021