RELATO DE EXPERIÊNCIA DA VIVÊNCIA EM SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBT NO CONGRESSO GAÚCHO DE EDUCAÇÃO MÉDICA

  • Elisandra Meurer Fang UFFS-PF
Palavras-chave: Saúde, População LGBT

Resumo

INTRODUÇÃO

A oficina intitulada de “Vivência em Saúde da População LGBT” foi parte da programação do XXI Congresso Gaúcho de Educação Médica (CGEM), ainda na etapa de “pré-congresso” que aconteceu no dia 17 de maio de 2019, caracterizado por atividades de extensão em forma de vivências dentro de diferentes realidades socioculturais na região do norte gaúcho. Uma dessas vivências ocorreu no Centro de Referência de Saúde da Mulher e da População LGBTI (CRSM/LGBTI) em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul, no município de Passo Fundo. A atividade contou com o apoio e colaboração dos funcionários do Centro de Referências como as técnicas de enfermagem, assistente social, psicóloga, psiquiatra, enfermeira, auxiliar de limpeza e secretária, além dos estudantes da UFFS que fizeram  interligação com os interessados em conhecer o serviço.

METODOLOGIA

A vivência ocorreu em forma de oficina, na tarde do dia 17 de maio, abrindo as atividades do Congresso Gaúcho de Educação Médica (CGEM). Discorreu com acolhimento e apresentação do centro por parte da equipe, painéis expositivos sobre entendimentos e conceitos sobre gênero abrangendo as identidades das populações atendidas e os serviços prestados no CRSM/LGBTI. Ainda, foram abordadas metodologias ativas de ensino-aprendizagem, na forma de discussões de casos-problema (cp) baseados em situações vividas por pacientes que frequentam o serviço e posterior discussão.

OBJETIVOS

O evento pré-CGEM buscou promover as atividades de extensão e ensino realizadas pelos cursos de Medicina de Passo Fundo e vincular a comunidade e os acadêmicos, proporcionando diferentes cenários de prática, principalmente com as populações negligenciadas. A supracitada “Vivência em Saúde da População LGBT” teve por objetivo expor fragilidades e necessidades do cuidado em saúde à população LGBT, explicitando particularidades no atendimento a essa comunidade e dificuldades de compreensão, manejo e acesso dos serviços de saúde necessários a esse grupo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O trabalho realizado na cidade de Passo Fundo faz parte de um grupo ainda restrito de ações voltadas à saúde da população LGBT – população essa que, em sua maioria, ainda tem suas demandas básicas não atendidas. Segundo as profissionais, ainda que haja políticas específicas para o atendimento dessa população, muitas pacientes  lésbicas relatam  sentirem-se desconfortáveis, incompreendidas e julgadas durante atendimentos ginecológicos. Outro problema apontada pelos próprios trabalhadores do CRSM/LGBTI foi a dificuldade de enquadrar os pacientes transexuais nos sistemas operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). Na tentativa de minimizar tais problemas, o centro oferece uma  gama de suportes como assistência social, psicologia e psiquiatria e atendimentos médicos, englobando ginecologistas, urologista e endocrinologista.

DISCUSSÃO E RESULTADOS

A atividade trouxe conhecimento sobre a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis através da sensibilização sobre as necessidades desse público marginalizado pelos serviços de saúde e sobre a assistência modelo prestada pelo Centro de Referência em Saúde da Mulher e População LGBTI.  Foi possível perceber o impacto positivo do atendimento prestado no CRSM/LGBT como meio de garantia de acesso a direitos fundamentais, como a saúde adequada às peculiaridades de cada usuário, considerando seus aspectos sociais, físicos e psíquicos.

Publicado
17-07-2019