RECONHECIMENTO DE AÇÕES INTERPROFISSIONAIS EM UM CENTRO DE SAÚDE DO OESTE CATARINENSE: UM DIAGNÓSTICO DO POR MEIO DO PROGRAMA PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE

  • Daciele Paola Preci UFFS
  • Poliana Lopes Alves
  • Renata Tabalipa
  • Carine Vendruscolo
  • Andréia Machado Cardoso

Resumo

RECONHECIMENTO DE AÇÕES INTERPROFISSIONAIS EM UM CENTRO DE SAÚDE DO OESTE CATARINENSE: UM DIAGNÓSTICO DO POR MEIO DO PROGRAMA PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE

 

Área Temática: Saúde

Universidade Federal da Fronteira Sul/Campus Chapecó (UFFS)

Universidade do Estado de Santa Catarina/Campus Chapecó (UDESC)

Autores: D. P. PRECI1; P. L. ALVES2; R. TABALIPA3; C. VENDRUSCOLO4; A.M. CARDOSO 5

 

 

Introdução

O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET - Saúde/Interprofissionalidade tem por objetivo avaliar, implantar e/ou desenvolver ações de interprofissionalidade, interdisciplinaridade, intersetorialidade, trabalho em rede e integração ensino-serviço na dinâmica do trabalho em saúde, fortalecendo o conceito de humanização do cuidado e o princípio da integralidade da assistência no contexto das redes colaborativas na formação para o Sistema Único de Saúde (SUS). Tal programa, consiste em uma política indutora do Ministério da Saúde viabilizada pelo “edital nº 10, 23 de julho 2018, seleção para o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde PET-Saúde/interprofissionalidade - 2018/2019”. Neste edital, três Instituições de Ensino Superior (IES) de Chapecó – Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) – uniram-se e tiveram um projeto aprovado, que conta, hoje, com a participação de diversos bolsistas e voluntários. As ações envolvem atores do SUS e da comunidade acadêmica, como professores, estudantes, profissionais de saúde, gestores e usuários e são desenvolvidas, prioritariamente, nos Centro de Saúde da Família (CSF) e territórios adscritos do município de Chapecó. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar as primeiras inserções de alguns dos atores desse programa, as quais tiveram como objetivo o reconhecimento do CSF Leste com o foco na interprofissionalidade e, a partir desse reconhecimento, sugerir ações que possam melhorar o trabalho inter e multiprofissional.

 

Metodologia

Para o objetivo de reconhecimento do CSF Leste e de ações interprofissionais realizadas no local, foram promovidas três inserções de atores do PET nesse território. Dentre os atores presentes estiveram estudantes dos cursos de educação física, enfermagem, medicina e psicologia da UFFS, UDESC e UNOESC; duas docentes do curso de enfermagem da UDESC (tutora voluntária e coordenadora); uma docente do curso de medicina da UFFS (tutora); profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) e uma enfermeira do CSF (preceptora). O diferencial da proposta está no fato de ser uma das únicas do Brasil caracterizada como interinstitucional, tendo três Instituições de Ensino Superior (IES) envolvidas.

O reconhecimento do CSF ocorreu no mês de maio de 2019, com duração total de 12 horas. Os métodos utilizados no reconhecimento e na avaliação das possíveis ações interprofissionais foram a observação e o diálogo com os diferentes profissionais do CSF.

 

Desenvolvimento e processos avaliativos

As atividades no CSF Leste iniciaram com o reconhecimento da unidade em grupo guiado pela preceptora do PET, que também é enfermeira no CSF. Houve uma compreensão inicial do funcionamento da unidade e dos seus setores e, posteriormente uma conversa individual de cada ator com um profissional de cada setor.  Todos foram orientados a dialogar com o objetivo de compreender o trabalho daquele profissional dentro do contexto da Atenção Primária em Saúde (APS), além de realizar uma reflexão sobre as relações e o trabalho colaborativo entre as diferentes categorias profissionais, inerente (ou não) àquele setor.

Após essa conversa individual, alguns atores do PET participaram de reuniões de equipe por área de abrangência. Nesse momento, foi possível observar a importância do trabalho inter e multiprofissional que já vem ocorrendo nesses momentos de reunião. Conforme destacam Araújo e Gallimberti (2013), o trabalho de forma interdisciplinar e em equipe é um dos fundamentos da APS, que tem a Estratégia Saúde da Família (ESF) como prioritária para sua organização, de acordo com os preceitos do SUS. Isso implica que os processos de trabalho em equipe devem se focar na efetivação da integralidade e na articulação das ações de promoção da saúde. Dentro desse contexto, observou-se, durante a discussão de três casos específicos de usuários, que estes eram nomeados e reconhecidos pela equipe. Cada caso foi discutido multiprofissionalmente e a dinâmica entre a equipe fluiu de maneira harmoniosa, com a exposição de relatos e necessidades apresentadas pelas agentes comunitárias de saúde, agendamento de visita/consulta domiciliar e sugestões de encaminhamento de alguns pacientes para o grupo denominado “alívio da dor”.

A última ação na CSF Leste foi uma reunião entre os integrantes do PET cuja discussão foram algumas opções para que o trabalho interprofissional se consolidasse no CSF, tais como: 1) Organização de consultas coletivas com grupos de doentes crônicos descompensados (diabéticos e/ou hipertensos) que sabidamente necessitam de mudanças no estilo de vida. Nessas consultas participariam médico, farmacêutico, enfermeiro, educador físico, nutricionista e psicólogo, e seriam abordadas necessidades individuais e coletivas principalmente no que tange à mudança de hábitos e avaliação de prognóstico; 2) Organização de grupos de intervenção além dos que já existem, que possam contar com diferentes profissionais para pensar a organização e atuação com esses pacientes; 3) Atividades de educação em saúde envolvendo a equipe interdisciplinar/multiprofissional.

 

Considerações Finais

Conclui-se que já existe um movimento interprofissional dentro do CSF Leste que deve ser reconhecido, principalmente no que tange às reuniões de equipe e aos grupos já existentes. Contudo, percebe-se que ainda são necessários alguns movimentos dentro do CSF para otimizar e melhorar o trabalho multi e interprofissional, o qual beneficiará o serviço de saúde, seus usuários e a comunidade adscrita. Além disso, conclui-se que o programa PET-Saúde/Interprofissionalidade poderá desempenhar um protagonismo importante para que mais ações interprofissionais ocorram no CSF Leste, alimentando as potencialidades no serviço e melhorando a formação dos profissionais de saúde dentro e fora das IES.

 

Referências Bibliográficas:

Araújo, E. M. D. & Galimbertti, P. A. (2013). A colaboração interprofissional na Estratégia Saúde da Família. Psicologia & Sociedade, 25(2), 461-468.

 

[1]     Daciele Paola Preci, estudante do curso de medicina da UFFS, bolsista do PETSaúde/Interprofissionalidade.

  1. Poliana Lopes Alves, estudante do curso de enfermagem da UDESC, bolsista do PETSaúde/Interprofissionalidade.

3 Renata Tabalipa, estudante do curso de medicina da UFFS, bolsista do PETSaúde/Interprofissionalidade.

4     Carine Vendruscolo, docente do curso de enfermagem da UDESC, coordenadora bolsista do PETSaúde/Interprofissionalidade.

5      Andréia Machado Cardoso, docente do curso de medicina da UFFS, tutora bolsista do PETSaúde/Interprofissionalidade

Publicado
17-07-2019