VIVÊNCIA NO ASSENTAMENTO E ACAMPAMENTO DO MST

CONHECIMENTO E APROXIMAÇÃO DURANTE CONGRESSO GAÚCHO DE EDUCAÇÃO MÉDICA

  • Tainara Tonatto UFFS
  • Ralf Amaral Santos UFFS
  • Vanderleia Laodete Pulga UFFS
  • Antonio Marcos de Almeida UFFS

Resumo

VIVÊNCIA NO ASSENTAMENTO E ACAMPAMENTO DO MST: CONHECIMENTO E APROXIMAÇÃO DURANTE CONGRESSO GAÚCHO DE EDUCAÇÃO MÉDICA

Ações Realizadas Pelo Projeto Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para Fortalecimento do SUS durante o Congresso gaúcho de educação Médica

Área Temática: Saúde

Universidade Federal da Fronteira Sul/ Passo Fundo (UFFS –PF)

 

Autores: V. L. PULGA[1]; T. TONATTO[2]; R. A. SANTOS[3]; A.M. ALMEIDA[4]

 

Introdução

 

            O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, MST teve origem na articulação de lutas pela terra, inicialmente no Centro-Sul do Brasil e agora presente em 22 estados. Possui como objetivos principais a luta pela terra, pela Reforma Agrária e pela construção de uma sociedade mais justa, sem explorados nem exploradores (CALDART, 2001).  No município de Pontão – RS está localizado o Assentamento da fazenda Annoni, que foi liberada, após          

 

inúmeros conflitos judiciais, para as famílias em 1986, para enfim cumprir sua função social da propriedade e não apenas o econômica do uso da terra (DIECKEL, 2015).

            No 21º Congresso Gaúcho de Educação Médica (CGEM XXI) no dia 17 de maio de 2019 na Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo (UFFS/PF), durante a tarde, sendo intitulado pré-CGEM, ocorreram vivências no âmbito de populações representantes da diversidade cultural da região Norte do Estado do Rio Grande do Sul, sendo um dos lugares visitados o Assentamento da Fazenda Annoni, em Pontão, e o acampamento do MST no município de Passo Fundo. As vivências foram organizadas e promovidas pela diretoria do CGEM em conjunto com os discentes bolsistas e docentes orientadores do Projeto Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para Fortalecimento do SUS.

 

Metodologia

            A organização do evento promoveu inscrições através do site, com vagas limitadas para cada atividade, ocorrendo simultaneamente na tarde do dia 17 de maio de 2019. O transporte até os locais foi viabilizado pelo congresso e os alunos participantes inscritos foram acompanhados por colaboradores da organização. A Vivência em Saúde no MST (Pontão e Passo Fundo, RS) contou a participação de 10 inscritos, sendo estudantes de Medicina da Faculdade Meridional (IMED/PF) e da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), dois monitores acadêmicos da UFFS – Ralf Amaral e Tainara Tonatto e o docente da disciplina de saúde coletiva e integrante do Projeto Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para Fortalecimento do SUS – Antônio Marcos de Almeida. Inicialmente, com saída as 13h00 do local do evento, o grupo conheceu o acampamento do MST no interior do município de Passo Fundo, para posteriormente contemplar a realidade do assentamento da Fazenda Annoni, na área 1 no interior do município de Pontão, sendo recebidos pela Médica de Família e Comunidade que atua na Unidade Básica de Saúde da região Alessandra Cristina Pereira dos Santos e lideranças da Cooperativa de Produção Agropecuária Cascata (Cooptar) constituída por 15 famílias do assentamento.

 

Desenvolvimento e processos avaliativos

A realização das vivências com enfoque na diversidade das populações possibilitou aos acadêmicos participantes se aproximar da comunidade e observar as demandas necessárias, assim como praticar o protagonismo de ator social ao compreender a história e as lutas dessas populações, suas necessidades e deveres como usuário do SUS. Além disso, através dessa atividade na antiga Fazenda Annoni pode-se elucidar preconceitos estabelecidos pela sociedade e disseminados pela mídia quanto a organização e objetivos do MST oportunizado aos protagonistas dessa história de luta nacional pelo direito à terra. O projeto prevê a promoção da equidade em saúde, e realizar ações como as vivências desempenhadas no CGEM e integradas com esse Projeto de Extensão possibilita a visibilidade das diversidades e suas necessidades em Saúde. Além disso, ter atuado como facilitadores nessas vivências possibilitou o exercício de coordenação e condução pedagógica que fortalece o desenvolvimento de competências e habilidades para o desenvolvimento de ações de educação, promoção da saúde e de cuidado em comunidades com o viés da equidade em saúde.

 

Considerações Finais

As Vivências em Saúde são ferramentas que permitem aos acadêmicos o conhecimento e a compreensão das diversas populações com maior dificuldade de acesso a saúde e visibilidade quanto as suas crenças, saberes e necessidades. Ademais, contribui para a busca do aprimoramento do conhecimento e das habilidades de comunicação, além oportunidade de expandir e formar atores sociais e protagonistas que transmitem a importância do reconhecimento da população para a garantia do direito à saúde.

 

Referências Bibliográficas:

 

CALDART, Roseli Salete. O MST e a formação dos sem terra: o movimento social como princípio educativo.Estud. av., São Paulo. v. 15, n. 43, p. 207-224, Dec. 2001 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000300016&lng=en&nrm=iso>

 

 

DICKEL, Simone Lopes. O PROCESSO HISTÓRICO DE DESAPROPRIAÇÃO DA FAZENDA ANNONI. 2015. 16 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de História, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2015.

 

[1] Vanderléia Laodete Pulga: Professora do Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo/RS e Coordenadora do Projeto de Extensão Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para o Fortalecimento do SUS com apoio do Ministério da Saúde.

[2] Tainara Tonatto: Acadêmica Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo/RS e bolsista do Projeto de Extensão Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para o Fortalecimento do SUS com apoio do Ministério da Saúde.

3 Ralf Amaral Santos: Acadêmico Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo/RS e bolsista do Projeto de Extensão Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para o Fortalecimento do SUS com apoio do Ministério da Saúde.

4 Antônio Marcos de Almeida: Professor do Curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo/RS e integrante do Projeto de Extensão Educação Popular, Equidade e Saúde: Capacitação e Mobilização de Atores Sociais para o Fortalecimento do SUS com apoio do Ministério da Saúde.

 

Publicado
17-07-2019