CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO NA SAÚDE

A EXPERIÊNCIA DE TERRITORIALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA

  • Graciela Fonsêca Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó
  • Yaná Tomasi
  • Juliana Campagnoni
  • Laisa Bandeira
  • Jeane Barros de Souza Silva

Resumo

CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO NA SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DE TERRITORIALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA

 

Área Temática: Saúde

 

Universidade Federal da Fronteira Sul/Campus Chapecó (UFFS)

 

Autores: G. S. FONSECA[1]; Y. T. TOMASI[2]; J. P. CAMPAGNONI[3]; L. J. BANDEIRA[4]; J. B. S. SILVA[5].

 

 

Introdução

 

A educação na área da saúde, de maneira cada vez mais intensa, vem direcionando esforços para que as práticas curriculares de extensão sejam garantidas, sobretudo por meio da integração ensino-serviço-comunidade (MORON et al., 2018). Essa prática configura-se como um potente dispositivo para proporcionar uma formação em saúde adequada aos anseios sociais e às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS). A curricularização da extensão contribui para formação dos estudantes mas, em adição, permite que docentes e profissionais de saúde repensem suas práticas o que, por sua vez, gera resultados positivos para a população por meio de uma atenção em saúde qualificada (SILVA et al., 2018).

Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, os cursos de graduação em medicina e enfermagem desenvolvem parte da carga horária do curso de modo vinculado à serviços de saúde, em especial Centros de Saúde da Família (CSF), do município de Chapecó. As atividades são organizadas com vistas a responder às demandas das ementas dos componentes curriculares mas, como premissa, são pensadas em conjunto com os profissionais de saúde dos CSF buscando contribuir com as práticas de saúde que são desenvolvidas nesses cenários.

            O trabalho objetiva relatar a experiência de (re)territorialização do CSF Jardim América, no município de Chapecó, desenvolvida por estudantes e docentes vinculados aos cursos de graduação em medicina e enfermagem da UFFS, campus Chapecó, em parceria com a equipe do referido serviço de saúde.

 

Metodologia

 

             A partir da demanda apresentada pela coordenação do CSF Jardim América – Unidade Básica de Saúde do município de Chapecó – no que diz respeito à necessidade de aprofundar conhecimentos relacionados à área de abrangência do serviço, compreendendo que essa é uma premissa fundamental do trabalho em saúde na Atenção Básica, docentes da UFFS – envolvidas com a supervisão de atividades de integração ensino-serviço-comunidade no referido CSF – desenvolveram uma estratégia para que os grupos de estudantes dos cursos de medicina e enfermagem se responsabilizassem, ainda que em momentos diferentes e em conjunto com a equipe, pela territorialização de micro áreas específicas a cada momento de imersão.

            A estratégia utilizou mapas disponibilizados pela prefeitura municipal e recortes do “google maps”, que foram editados no software Microsoft Paint, para elaborar mapas inteligentes de cada micro área.

            Participaram da atividade 11 estudantes de medicina e 05 estudantes de enfermagem, no primeiro semestre de 2019.

             

 

Desenvolvimento e processos avaliativos

 

No curso de medicina, estudantes da segunda, da quarta e da sexta fase – vinculados aos componentes curriculares Saúde Coletiva II, IV e VI – permaneceram no CSF por uma semana e a territorialização foi inserida no planejamento em conjunto com outras atividades relacionadas à temas específicos das ementas dos componentes.  O curso de enfermagem tem como um dos objetivos de seu componente curricular Cuidados de Enfermagem na Atenção Básica de Saúde (CEABS), ministrado para a quinta fase, a territorialização – permanecendo no CSF durante sete (07) dias para execução desta atividade e, também, de outras ações que fazem parte dos objetivos da disciplina.

            Durante o período de imersão – uma semana para cada turma de medicina e sete (07) dias para os estudantes de enfermagem – os alunos foram divididos em duplas ou trios e acompanharam uma Agente Comunitária de Saúde (ACS) para identificar, na micro área de responsabilidade delas, as características das ruas, a disponibilidade de equipamentos sociais e de lazer, os tipos de domicílios e as características dos seus moradores.

            Na sequência, editaram os mapas das respectivas micro áreas no software Microsoft Paint, seguindo uma legenda comum, elaborada para identificar características de interesse para organização do trabalho em saúde. Os mapas foram impressos e plastificados e, na sequência, foi possível inserir marcadores de saúde para sinalizar hipertensos, diabéticos, gestantes, crianças, domiciliados, acamados, com condições especiais.

As ACS receberam os mapas e, a partir deles, poderão organizar suas práticas de maneira coerente com as características da população residente no território de abrangência do CSF. Além disso, os dispositivos poderão ser utilizados por toda a equipe tanto para conhecer melhor a realidade dos usuários e realizar um diagnóstico comunitário, quanto para planejar melhor as ações em saúde.

Para os estudantes, o movimento de territorialização proporcionou um momento formativo de interação com a comunidade e maior compreensão dos determinantes sociais do processo saúde-doença.

 

Considerações Finais

 

Como uma estratégia curricularizada de extensão, caracterizada pela integração ensino-serviço-comunidade, a experiência de territorialização do CSF Jardim América foi positiva para os estudantes, os docentes, os profissionais de saúde e a comunidade envolvida, gerando benefícios para formação, para a Educação Permanente em Saúde e para os usuários vinculados ao serviço.

 

[1]Graciela Soares Fonseca, servidora docente.

[2]Yaná Tomasi, servidora docente.

[3] Juliana Prachedes Campagnoni, servidora docente.

[4] Láisa Jantsch Bandeira, aluna [especialização em saúde coletiva].

[5] Jeane Barros de Souza Silva, servidora docente.

Biografia do Autor

Graciela Fonsêca, Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó

Mestre e doutora em Ciências Odontológicas pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Docente do curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

Publicado
18-07-2019