A IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA NA INCLUSÃO ESCOLAR COM FOCO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Marine Maffessoni Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó
  • Thamyres Domingues de Arruda
  • Josiane Schadeck De Almeida Altemar
Palavras-chave: Educação em saúde, Saúde da criança, Fisioterapia

Resumo

A IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA NA INCLUSÃO ESCOLAR COM FOCO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

 

Área Temática: Saúde

Autor: Marine MAFFESSONI

Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECO)

Autores: M. MAFFESSONI¹; T. D. ARRUDA2; J. S. A. ALTEMAR3

 

 

 

Introdução

A inclusão escolar consiste no processo em que a escola se adapta para incluir as pessoas com deficiência, com base na aceitação das diferenças, na valorização individual e na convivência dentro das diversidades. Um fator contribuinte para essa socialização é a inserção do fisioterapeuta (SANTOS, LARA, FOLMER, 2015).

As crianças com deficiência apresentam certas limitações e ficam suscetíveis ao participarem dos momentos de lazer e das brincadeiras e é neste contexto que entra a ação do profissional fisioterapeuta, que pode contribuir na adequação do ambiente escolar, dos equipamentos, mobiliários, posicionamentos e das atividades de maior interação e ludicidade, na promoção de saúde (NETO; ASSIS, 2009; SANTOS; LARA; FOLMER, 2015).

O trabalho conjunto entre a criança, a família, o fisioterapeuta e demais profissionais da saúde e da educação através do diálogo permite a reflexão, e auxilia a diminuir o preconceito e a discriminação, além de melhorar o desenvolvimento e socialização da criança (VOOS, 2016).

O presente estudo tem o objetivo de relatar o papel do fisioterapeuta na inclusão escolar a partir da vivência acadêmica numa escola pública.

 

Metodologia

            Trata-se de um relato de experiência de atividade desenvolvida pelas acadêmicas do curso de Fisioterapia da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, articulada com a disciplina Fisioterapia e Vivências IV, sob orientação docente, durante o mês de agosto e setembro, seguindo as premissas entre indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

As vivências aconteceram na Escola Parque Cidadã Cyro Sosnosky, localizada no Bairro Efapi, Chapecó –SC, neste estudo, será relatada a vivência acadêmica na lógica da promoção de saúde sobre a inclusão de uma menina de 10 anos com diagnóstico de paralisia cerebral, que estuda no quinto ano.

No primeiro momento realizou-se a territorialização, para reconhecimento do espaço e construção de um mapa inteligente para elaborar o diagnóstico estratégico situacional e estabelecer as intervenções, com temas sobre alimentação, meio ambiente e trânsito, usando metodologias lúdicas.

Na primeira intervenção, foi realizado um caça ao tesouro com imagens de alimentos que a turma deveria procurar e, em seguida, a construção de uma pirâmide alimentar, adaptada para que o grupo em que a colega especial estava inserida deveria levar todas as imagens encontradas e colá-las em sua cadeira de rodas.

No segundo dia, foi construída uma árvore com a marca de tinta das mãos dos alunos e a plantação de uma muda de cerejeira na escola. Na terceira intervenção, foi elaborado um circuito sobre o cuidado no trânsito com cones, escada de agilidade, bambolês, traves e bolas no ginásio.

Desenvolvimento e processos avaliativos

Com a vivência, pode-se observar o comportamento da turma em relação à colega com necessidades especiais. Na primeira intervenção, alguns estudantes e a própria professora relataram que estavam felizes por ela participar também, já que por questão de espaço e adaptações, ela dificilmente interagia nas brincadeiras.

Já nas demais intervenções, apesar da colega não estar presente, a turma lembrou-se que deveria ser guardada uma muda de cerejeira para a colega faltante. No último dia de intervenção, quando foi perguntada a opinião da turma sobre o significado de fisioterapia, alguns alunos fizeram diversas perguntas sobre o comprometimento da colega e como a fisioterapia poderia ajudá-la.

Observou-se também a grande interação, a atenção, o cuidado, e o respeito da turma nas atividades, trazendo conhecimentos para as acadêmicas de que o fisioterapeuta pode qualificar não somente o estado físico da estudante, mas também o emocional, facilitando a inclusão através de brincadeiras, jogos, e conversas, e tornando as crianças mais capazes e independentes.

Considerações Finais

O profissional fisioterapeuta tem um importante papel no repasse de informações e orientações através da educação em saúde, como nos casos de inclusão escolar. Pode transformar a realidade, de forma que a sociedade avance além dos discursos para conhecimentos práticos dentro de uma perspectiva participativa.

Além dos benefícios para a turma, a vivência oportunizou as acadêmicas a se inserirem no seu espaço de atuação profissional, desenvolvendo a capacidade de liderança e o sentimento de empatia e visualizando as potencialidades que a profissão escolhida apresenta.

 

Referências Bibliográficas:

NETO, A.C.J, ASSIS, S.M.B. Contribuições do fisioterapeuta na inclusão escolar de alunos com deficiência sob a perspectiva do brincar, Cadernos de pós-graduação em distúrbios do desenvolvimento, vol. 9, n. 1, p. 76-91, São Paulo, 2009. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgdd/article/viewFile/11160/6909. Acesso em: 04 out. 2018.

 

SANTOS, M.E.T., LARA, S., FOLMER, V. Inclusão escolar: possíveis contribuições da fisioterapia sob a óptica das professoras, Revista Educação Especial, vol. 28, n. 51, p. 65-80, Santa Maria, jan/abr, 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5902/1984686X5701. Acesso em: 04 out. 2018.

 

VOOS, M.C. O papel do fisioterapeuta na inclusão escolar na educação infantil. Fisioterapia e pesquisa, vol. 23, n. 4, São Paulo, out/dez 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1809-2950/00000023042016. Acesso em: 04 out. 2018.

 

Publicado
17-07-2019