EMBOLECTOMIA COM CATETER DE FOGARTY COMO TERAPÊUTICA PARA OCLUSÃO ARTERIAL PERIFÉRICA

VANTAGENS NO USO E TÉCNICA APLICADA

Resumo

A Oclusão Arterial Aguda (OAA) é caracterizada pela interrupção do fluxo sanguíneo arterial em determinada região do organismo, tendo sua manifestação clínica correspondente à área afetada, entretanto, sendo mais frequente em artérias de menor calibre e membros periféricos. Além disso, a gravidade do quadro depende diretamente do nível isquêmico que se estabelece no local, isto é, quando a circulação colateral não consegue estabelecer um fluxo mínimo sanguíneo o quadro tende a piorar. A OAA está diretamente relacionada aos hábitos de vida do paciente e pode estar interligada a episódios de fibrilação atrial, sendo, em suma, um quadro grave que precisa ser rapidamente revertido para evitar a necrose e consequente amputação. Relata-se, portanto, o quadro de um paciente masculino, branco, 73 anos, hipertenso, com quadro de arritmias cardíacas, que chega à emergência referindo claudicação intermitente unilateral, com dor em membro inferior direito há 2 dias. Ao exame físico, constata-se a ausência de pulsos no membro, com diminuição considerável da temperatura, e o Ecodoppler de membros inferiores evidencia sinais de ateromatose severa com oclusão de artéria femoral direita, ausência de fluxo em tibial anterior e presença de stent prévio em artéria femoral superficial e poplítea direitas e femoral superficial esquerda. Dadas as circunstâncias do caso e o caráter emergencial da lesão, o paciente é encaminhado para o bloco cirúrgico na mesma tarde, onde realiza o procedimento de embolectomia  de femoral direita, objetivando a restituição total do fluxo. A Embolectomia consiste em um procedimento utilizado para a retirada de êmbolos que se soltam na corrente sanguínea  e se abrigam em vasos de menor calibre, sendo realizada através da inserção um Cateter Fogarty, que adentra a o vaso e retira o material oclusivo em sua totalidade. É recomendada em casos de oclusão arterial periférica para reestabelecimento do fluxo e controle de eventuais danos vasculares, sendo identificada a sua necessidade pela presença de sinais como dor, frialdade, palidez, cianose, parestesia e paralisia. A técnica cirúrgica ocorre com o paciente em decúbito dorsal e sobre ação de anestesia local ou geral, consistindo em uma abertura longitudinal na artéria acometida (incisão localizada um pouco depois da oclusão), com a posterior inserção do Cateter Fogarty, que é direcionado até o local exato do êmbolo e inflado. Após ser inflado, o cateter é puxado e, junto a ele, ocorre a extração do êmbolo por completo. Injeta-se, por final, soro de heparina como terapia anticoagulante e sutura-se o vaso da maneira mais adequada possível. Ainda é valido citar que existem diversas terapêuticas para a retirada de um trombo/êmbolo da circulação, tais como a utilização de trombolíticos, anticoagulantes e até cateter transluminal, entretanto, excelentes resultados têm sido encontrados na literatura com a utilização da Embolectomia, tais como a manutenção do membro acometido, os baixos índices de complicações, a simplicidade da operação e a alta resolubilidade, fatores que a preconizam como o tratamento de escolha ideal. Assim, pretende-se explicar o motivo da Embolectomia ser o procedimento adequado, esclarecer suas técnicas, além de comparar seus bons resultados a outros possíveis procedimentos utilizados.