PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Luana Reis Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Simone dos Santos Pereira Barbosa
  • Jennifer Clement
  • Julyane Felipette Lima

Resumo

No ímpeto de aperfeiçoamento, em 2003 o Ministério da Saúde desenvolveu na Política Nacional de Atenção às Urgências, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), que surgiram no objetivo de desafogar as demais redes e obter um acolhimento humanitário, assegurando a efetivação dos princípios do SUS, e possibilitando ainda, aos serviços de saúde terem a oportunidade de se preocupar com a qualidade e não a quantidade em seus atendimentos. Contudo, ainda é possível perceber a falta de conhecimento, de parte da população, no sentido da destinação das UPA’s, que é de urgência e emergência, pois, grande parte da demanda clínica dispensada nesta rede de atendimento é de um nível de atenção incompatível, motivada as vezes pelas fragilidades da atenção primária. Essas percepções advêm da experiência vivenciada no componente curricular “Fundamentos para o Cuidado Profissional II”, na UPA 24 horas do município de Chapecó/SC, pelos acadêmicos da quinta fase de Enfermagem, no período de cinco dias sendo supervisionados por uma docente do componente. A inserção de nós discentes, foi realizada nas salas de classificação de risco, aplicação de medicamentos por via intravenosa e intramuscular; observação e sala de sutura/curativo. Onde baseados nos conhecimentos teóricos e nas práticas no laboratório, exercitamos a aprendizagem acumulativa nos pacientes quando se dirigiam para as salas supracitadas para obterem uma assistência integral. Notamos que na classificação de risco há parte dos usuários que tem compreensões errôneas do perfil oferecido de atendimento pelas UPA’s, pois, a procura ocorre pela resolutividade quase imediata de enfermidades, que em verdade, exigem tratamento de longo prazo, bem como de encaminhamento de exames, sobrecarregando o sistema de que deveria aportar emergências. Outro ponto importante que vale destacar, é que nos dias ‘tranquilos” o acolhimento era mais benéfico e satisfatório para o profissional e para o usuário, ocorrendo uma conversa e dispensa de atenção mais duradoura, diferente dos dias de alta procura, em que ocorre grande agrupamento de usuários na recepção e na sala de espera após a classificação. Locais estes em que o paciente fica aguardando longos períodos seu atendimento, com pouco contato com os profissionais de saúde, para então a partir dali, serem distribuídos para as especificações necessárias. Nestes momentos de grande procura, em que estivemos presentes aliviou a carga para os profissionais, mesmo tendo uma equipe multidisciplinar engajada. A vivência nos proporcionou perceber a importância de os acadêmicos estarem inseridos nesse serviço, visto que além de instigar os profissionais a refletirem sobre a utilização dessas Unidades, promove-lhes o conhecimento para instruir a si próprios, como também a comunidade. Vale ressaltar que a presença do estudante de Enfermagem nesses serviços é pessoalmente valorosa e importante na organização e otimização do trabalho de equipe, pois experencia a troca de saberes tanto conceituais, como assistenciais através de dicas de procedimentos ocorrida entre os diversos profissionais da equipe e da docente.

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Publicado

26-10-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino