REFLEXO PUPILAR FOTOMOTOR CROMÁTICO NO DIAGNÓSTICO DE GLAUCOMA: RELATO DE CASO

Autores

  • gilson correa lima UFFS
  • Ana Paula Zoppei UFFS
  • Bruno Alencar da Maia Pinto UFFS
  • Elaine Caroline Oliveira UFFS
  • Gentil Ferreira Gonçalves UFFS
  • Nadine Arend UFFS

Resumo

A Oftalmologia Veterinária é uma importante área de especialização em Medicina Veterinária, para a prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento de alterações na região ocular e periocular, além de distúrbios visuais. O progresso nos estudos sobre as características das doenças oftálmicas, além do desenvolvimento de novos métodos de diagnósticos para as mesmas, é fundamental para a eficiência diagnostica e terapêutica. O Iluminador de Precisão é um aparelho estimulador do Reflexo Pupilar Fotomor Cromático (RPFC), ao emitir feixes luminosos de baixa e alta intensidade, no espectro azul (465nm) e vermelho (660nm). Esses feixes reagem especificamente com os pigmentos fotossensíveis de fotopsina, rodopsina e melanopsina, presentes respectivamente nas células cones, bastonetes e células ganglionares da retina intrinsecamente fotossensíveis, as quais formam a retina e são responsáveis pelo reflexo pupilar. Esse método de investigação é capaz de diagnosticar nove distúrbios visuais de forma rápida e segura, sem a necessidade de anestesiar o paciente para o procedimento, a qual é preconizada em outros exames. Dentre as doenças diagnosticáveis por esse método, destacam-se a Degeneração Súbita Adquirida da Retina (DSAR), a Degeneração da retina (hereditária), e o Descolamento da retina, que representam uma evolução frequentemente rápida de déficit visual à amaurose (perda total da visão mediante a afecções retinianas e/ou do nervo óptico e de feixes nervosos). Dessa forma, o diagnostico ágil nesses casos é crucial para que o tratamento preconizado possa bloquear a evolução dos sinais clínicos, que geralmente são irreversíveis. Este relato de caso tem como objetivo apresentar as principais características do exame de RPFC, seu método de utilização e sua aplicabilidade, detalhando-os conforme o seu emprego para o diagnóstico de glaucoma em um paciente canino, atendido na SUHVU da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Realeza. O tutor do canino da raça Samoieda fêmea, com 6 anos de idade, relatou durante a anamnese, que o animal apresentava o olho direito azulado e com aumento de volume, a cerca de 45 dias, sem evolução progressiva. Ao exame físico geral, o animal apresentou-se dentro dos padrões fisiológico para a espécie. O exame oftálmico revelou reflexo de ameaça negativo para o bulbo ocular direito, teste lacrimal de Schirmer tipo I de 18mm/min, pressão intraocular de 35 mmHg, conjuntiva hiperemica e congesta, córnea edemaciada e luxação posterior de lente. Em seguida, o animal foi submetido ao teste de RPFC, o qual não revelou contração da pupila (permanecendo em midríase) aos estímulos luminosos, revelando disfunção das células retinianas e/ou do nervo óptico, característicos de glaucoma. O caso foi diagnosticado como glaucoma do bulbo ocular direito, mediante a pressão ocular acima de 25 mmHg e a resposta do exame do RPFC, além de luxação posterior da lente e uveíte secundária do mesmo. Conclui-se que o exame de RPFC se apresenta como ferramenta diagnóstica de fácil utilização e com resultados rápidos e de fácil interpretação em cães.

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Publicado

24-10-2018

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura