CURCUMINA COMO TERAPIA ANTITUMORAL ADJUVANTE
REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA
Resumo
A curcumina é composto fitoquímico encontrada no espécime Curcuma longa com potencial anti-inflamatório, antioxidante e antineoplásico. Estudos recentes demonstram sua ação na regulação da expressão dos fatores de necrose tumoral alfa e beta, contribuindo para sua ação anti-inflamatória. Quanto a sua ação antitumoral, há evidências de que ela possa ajudar a prevenir a ocorrência de tumores, especialmente os cânceres do sistema digestório, através da inibição dos processos de angiogênese, da inibição da migração das células tumorais para outros tecidos e ainda possa contribuir para apoptose das células neoplásicas. Num estudo recente, em uma revisão sistemática com metanálise verificamos o papel desse composto na ação antitumoral. A partir desses dados, sintetizamos os principais resultados de pesquisas e analisamos criticamente as evidências relativas à identificação da curcumina como terapia adjuvante no tratamento de câncer. Foram realizadas buscas ativas nos principais bancos de dados: MEDLINE, SCIELO, EMBASE, Web of Science e Clinical Trials, utilizando-se como termos de pesquisa: ‘‘curcumin’’ e “curcuma” combinados com ‘‘cancer(s)’’, ‘‘neoplasm(s)’’, “neoplasia”, “tumor” ou ‘‘malignancy (ies)” e “trials” ou “clinical trials”. Os estudos incluíram “estudos clínicos controlados” e “estudos observacionais de coorte e caso-controle”. Com base numa revisão sistemática com metanálise realizada sobre o papel antitumoral da curcumina, verificamos na literatura o seu potencial adjuvante. Estudos demonstram os benefícios do uso de curcumina oral como terapia adjuvante em pacientes com câncer colorretal, pancreático, de bexiga, próstata, hepático e glioblastoma, metastáticos ou não. Diversos trabalhos demonstram o potencial antitumoral da curcumina em combinação com os principais tratamentos, como quimioterapia, radioterapia e tratamento cirúrgico, atrasando o desenvolvimento tumoral, diminuindo os níveis de marcadores tumorais, aumentando os efeitos antiproliferativos e pró-apoptóticos dos tratamentos, diminuindo efeitos colaterais e auxiliando no bem estar na taxa de resposta terapêutica. Ensaios clínicos com curcumina indicam segurança, tolerabilidade e baixa toxicidade. Uma das fragilidades encontradas foi a baixa biodisponibilidade dela, pois ela apresenta uma rápida depuração no organismo. Os resultados do nosso estudo suportam a hipótese do potencial da curcumina como tratamento antitumoral adjuvante, contudo, são necessários estudos sobre a otimização da biodisponibilidade, absorção gastrointestinal e distribuição sistêmica para os tecidos alvos.
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