As ditaduras sul-americanas e a Operação Condor
Resumo
No contexto da Guerra Fria, os Estados Unidos buscaram meios para consolidar sua influência na América Latina. Nesse contexto, foi estabelecida pelos estadunidenses um amplo projeto chamado de Doutrina da Segurança Nacional, seu objetivo era de proteger o continente americano da presença do comunismo internacional ao passo que, segundo a doutrina, o inimigo de um país era também o inimigo dos demais países vizinhos. Nesse ambiente, a partir de meados da década de 1960, implementa-se em diversos países latino-americanos Estados autoritários, repressivos e terroristas, que permaneceram no poder por um período razoavelmente longo, tendo como justificativas, o impedimento de que o comunismo internacional se estabelecesse em território nacional. Nesse movimento, aderiram gradativamente, o Brasil (1964), a Argentina (1999), o Peru (1968), a Bolívia (1969), o Chile (1973) e o Uruguai (1973). Diante do combate ao comunismo internacional, houve a necessidade de supressão das garantias fundamentais e também do combate além das fronteiras nacionais, fazendo-se necessário a cooperação destes, para o combate mais efetivo aos opositores. Dessa maneira, funda-se em 1975, a operação Condor, unindo as Forças Amadas do Cone Sul montando um aparato repressivo de controle, espionagem e cooperação regional. O aparato repressivo da Condor, contou também com apoio ilícito da CIA, intermediava o contato entre os diferentes exércitos, além de fornecer capacitação técnica, militar e ideológica aos sul-americanos. O Brasil teve participação com certas restrições da Operação Condor limitando sua atuação em algumas instâncias regionais, fornecendo e solicitando informações e ordem de captura de militantes brasileiros, essa colaboração permitiu a implantação de bases do serviço de inteligência argentina em São Paulo, Rio de Janeiro e interior do Rio Grande do Sul, com o objetivo de descobrir pessoas ligadas à subversão e controlar seus movimentos. Desse modo, mesmo não tendo uma participação tão efetiva, quanto outros países da América Latina, no Brasil teve reflexos dos desdobramentos da Operação Condor, mas mais significativamente foram as consequências que surgiram com a implantação da Doutrina de Segurança Nacional no país. Entretanto, assim como nos outros países subjugados por regimes autoritários, houve um processo de eliminação das pessoas que julgassem que, de alguma forma, poderiam representar perigo ao regime vigente. Nesse sentido, durante as décadas de 1960 e 1980, viu-se na América do Sul, a constituição de Estados terroristas, influenciados pelos EUA, buscava a eliminação, a qualquer custo, de um inimigo, ora externo ora interno, e que, para tal, foi estabelecido um pacto, entre as ditaduras do Cone Sul, para a maior abrangência, da cruzada empreendida contra o avanço do comunismo internacional, no continente americano.
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