PREVALÊNCIA DE AFECÇÕES OFTÁLMICAS EM CÃES E GATOS IDOSOS ATENDIDOS NA SUPERINTENDÊNCIA UNIDADE HOSPITALAR VETERINÁRIA UNIVERSITÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - CAMPUS REALEZA
Resumo
Com o crescente avanço na medicina veterinária, atendimentos cada vez mais especializados e intervenções mais precoces a expectativa de vida de cães e gatos aumentou de forma surpreendente. Com isso, doenças que antes não eram comuns se tornaram frequentes, e especialmente na oftalmologia veterinária tornaram-se rotineiros os atendimentos a pacientes geriátricos. Visto isso, o objetivo do presente trabalho foi determinar a prevalência de afecções oftálmicas em cães e gatos idosos atendidos na Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária da Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Realeza (SUHVU-UFFS) no período de 01 de agosto de 2016 a 01 de agosto de 2018. O trabalho contou com onze (78,5%) cães e três (21,5%) gatos, sendo oito (57%) machos e seis (42%) fêmeas, com idade entre nove e quinze anos, de raças variadas (Poodle, Lhasa-apso, SRD, Pequinês, Siamês, PCB e Persa), que foram encaminhados a SUHVU-UFFS com queixa oftalmológica. Verificou-se que 25% dos animais apresentavam catarata, seguido de uveíte (11,11%), leucoma (11,11%), uveíte lente-induzida (8,33%), ceratite ulcerativa (8,33%) e esclerose lenticular (8,33%). Ressalta-se que alguns pacientes apresentaram mais de uma afecção concomitante. A catarata é uma importante oftalmopatia comum em animais mais velhos, trata-se de uma opacificação da lente que pode ter como etiologia a agregação de proteínas lenticulares, metabolismo nutricional, estresse osmótico, aumento de proteínas insolúveis, entre outros fatores. O tratamento é cirúrgico e quanto mais precoce o diagnóstico melhor o prognóstico para a visão do paciente. Ademais, deve-se atentar à esclerose lenticular que está dentre os diagnósticos diferenciais, esta ocorre quando há compactação do núcleo e epinúcleo por conta do crescimento de células epiteliais lenticulares. Neste caso não há cegueira, e a luz é capaz de passar pela opacidade. A uveíte se trata de uma afecção inflamatória que compromete a íris, corpo ciliar e coroide. Pode ser classificada em anterior ou posterior dependendo do acometimento da coroide e as causas estão relacionadas a danos no trato uveal ou quebra das barreiras hematoaquosa e hematoretiniana. Quando ocorre devido à resposta imune contra as proteínas da lente é classificada como lente-induzida. A ceratite ulcerativa é muito rotineira nas afecções oftálmicas em pequenos animais, devido à localização externa da córnea são comuns os traumatismos, lacerações, perfurações e ulcerações. Quando ocorrem as úlceras significa que um processo erosivo foi capaz de romper ou perder o epitélio tecidual. O tratamento consiste em manter a integridade do bulbo ocular e preservar a visão. É comum após a cicatrização da córnea, surgir uma opacidade esbranquiçada e densa denominada leucoma. Além dessas afecções foram diagnosticadas luxação de lente (5,55%), atrofia progressiva da retina (5,55%), ceratoconjuntivite seca (5,55%), ceratite crônica (2,77%), entrópio (2,77%), dacriocistite (2,77%) e hipertensão crônica (2,77%). Conclui-se que os animais geriátricos podem apresentar diversas afecções importantes da oftalmologia veterinária e o diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado podem melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes.
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