IDENTIFICANDO ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO EM Physalis peruviana L. (SOLANACEAE)
Resumo
O sucesso reprodutivo de inúmeras plantas depende de agentes polinizadores, bióticos ou abióticos, principalmente espécies onde a alogamia é a única forma de reprodução. Até mesmo em plantas autógamas, a qualidade de frutos e sementes é aumentada quando ocorre à fecundação cruzada, garantindo a variabilidade genética de uma população, algumas espécies desenvolvem estratégias reprodutivas para garantir que isso aconteça. Conhecer a estratégia reprodutiva é importante, tanto para plantas nativas, quanto para cultivadas, visando melhorias no manejo e conservação. No âmbito das plantas cultivadas um segmento de produção vem destacando-se, o cultivo de pequenas frutas, é um ramo da agricultura que vem se mostrando rentável e de fácil manejo. Uma cultura que ganhou espaço neste segmento é a Physalis peruviana L., popularmente conhecida como Fisális, por ser uma planta rústica e de boa adaptação. Esta espécie é autógama, representante da família Solanaceae, importante família de angiospermas, que inclui muitas espécies de valor econômico. Considerando esses fatores, o presente trabalho, objetivou acompanhar a antese de P. peruviana e identificar possíveis estratégias de reprodução desta espécie. Para isso, cultivou-se na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Cerro Largo, 100 indivíduos de P. peruviana, e destes foram utilizadas 42 flores, ensacadas em pré-antese. Foi registrado o horário de abertura, a duração das flores, receptividade do estigma, concentração de açúcares e volume do néctar acumulado, deiscência das anteras e mudanças nos tamanhos dos verticilos florais ao longo da antese. As medidas foram realizadas a cada duas horas, das 6:00 às 18:00 horas, durante 3 dias consecutivos. Estas análises foram repetidas três vezes durante o período de floração totalizando um N de 126 flores. Observando o comportamento da floração de P. peruviana notou-se que a antese dura aproximadamente três dias. No primeiro dia a antese inicia-se as 6:00 e estende-se até as 18:00 horas, quando a flor novamente fecha, neste período o tamanho da corola varia, o estigma está receptivo desde o início da antese, as anteras começam a abrir as 8:00 horas e a flor já possui néctar acumulado, a flor finda o primeiro dia da antese com a quantidade de néctar acumulado constante, com três anteras abertas e com os filetes destas anteras maiores que os demais. No segundo dia o processo se repete a partir das 6:00 horas, onde novamente começa a abertura floral, sendo que as 10:00 horas todas suas anteras estão abertas e os filetes do mesmo tamanho, o volume e concentração do néctar são constantes neste dia. No terceiro dia de antese o processo novamente inicia as 6:00 horas, a flor ainda tem o estigma receptivo, suas anteras estão todas do mesmo tamanho, porém vazias, o volume e concentração do néctar reduzem drasticamente e a partir das 14:00 horas a flor começa a entrar em senescência. Observou-se que nos três dias de antese sempre existe algum tipo de recurso floral disponível para possíveis polinizadores, isso significa que, mesmo sendo autógama essa espécie pode ter desenvolvido essas estratégias para favorecer a polinização cruzada.
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