Ser ou não ser: Significados de ser velho na contemporaneidade.

Resumo

A pesquisa ligada ao Mestrado Interdisciplinar Em Ciências Humanas: “Ser ou não ser velho: Significados de ser velho na contemporaneidade” apresenta como objetivo principal averiguar os significados do envelhecer para o velho e sua percepção sobre si mesmo. O aumento expressivo da expectativa de vida na contemporaneidade nos leva a questionar conceitos e visões construídas sobre o envelhecimento. A velhice não é um caminho imperativo para a morte, assim como a demência não é uma ameaça correspondente à idade adiantada.  Precisamos de novas ferramentas para melhor compreender a velhice. O estudo se desenvolverá por perspectivas qualitativas por intermédio de pesquisa teórica e empírica. No referencial teórico se utilizará de autores em diversas áreas do conhecimento: Simone De Beauvoir (1990); Guita Debert (1994 1997,1998); Éclea Bosi (1990); Jack Messi (1999); Jerome Bruner (1997); Kathleen Woodward (1986); Marcelo A Salgado (1982). A metodologia usará do método etnográfico junto ao projeto desenvolvido pelo Conselho Municipal do Idoso de Concórdia/SC intitulado: “Idosos Mestres da Vida”. O projeto utiliza do espaço das escolas municipais de ensino e consiste em encontro entre gerações, no qual os idosos expõem narrativas de vida, bem como história local e os costumes da época. Com a etnografia se pretende discutir as repercussões subjetivas que emergem desse encontro e o que as narrativas de vida dos idosos dizem sobre seu processo de envelhecimento. Se necessário, após pesquisa etnográfica, será realizada entrevista aberta com os idosos interlocutores do projeto para entender como eles compreendem seu processo de envelhecimento, o que é ser velho e como lidam com o olhar do outro sobre a velhice e sobre si mesmo. O processo de subjetivação, bem como identidade e memória, serão discutidos com base principalmente nas contribuições da psicologia e psicanálise. O trabalho se subdividirá em sessões que serão configuradas da seguinte maneira: no primeiro capítulo intitulado “Entre o Velho e o Idoso” se pretende abordar a ruptura dos significados da velhice, como a velhice se desprende de conceitos como a decadência, a finitude, a doença e se torna a melhor idade, trabalhando a velhice como uma construção social. No segundo capítulo chamado de “Entre a vergonha e o orgulho” se abordará as representações sociais da velhice, tentando contemplar as diversas formas de ser velho na contemporaneidade, levantando questões como: a aposentadoria, expectativa de vida e espaços de socialização e lazer dos velhos, trazendo os debates sobre o lugar social do velho e a conquista de novos espaços culturais. Por fim, um capítulo para a apresentação da metodologia, dos caminhos da pesquisa e uma discussão dos resultados da pesquisa etnográfica, analisando as narrativas dos velhos na busca pelos significados dados à velhice e as repercussões subjetivas do envelhecer vividas pelos idosos e que emergem nos encontros intergeracionais (crianças e idosos) que serão observados ao longo da pesquisa etnográfica. Ao trabalhar com o tema do envelhecimento se busca ouvir e considerar as diferentes significações de velhos e velhices na contemporaneidade.