ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA IMIGRANTES E REFUGIADOS EM CHAPECÓ, SANTA CATARINA
Resumo
Esta comunicação objetiva relatar a experiência de Ensino de Português como Língua Estrangeira e Língua Adicional (EPLE/EPLA) para imigrantes e refugiados residentes em Chapecó. O projeto foi iniciado em 2017 e resulta de uma parceria entre o curso de Letras Português e Espanhol – Licenciatura, o Programa de Educação Tutorial (PET) – Assessoria Linguística e Literária da UFFS e a Pastoral do Imigrante da Diocese de Chapecó. A intenção da parceria foi juntar esforços para se promover a oferta do ensino gratuito da língua portuguesa à comunidade de imigrantes e refugiados que tem se instalado na região oeste de Santa Catarina a fim de estimular a sua inclusão na sociedade por meio da comunicação. Essa parceria também abre portas para se inserir os licenciandos do curso de Letras Português e Espanhol na prática do ensino do PLE/PLA no Brasil. O curso foi ofertado semanalmente, aos sábados, em uma sala anexa à Catedral Santo Antônio de Chapecó. O material didático utilizado como base para as aulas foi o livro “Pode Entrar” (FEITOSA et al., 2015), elaborado a partir de temáticas cotidianas do imigrante e do refugiado. O livro caracteriza-se por apresentar vocabulário simples voltado ao diálogo para apresentação pessoal, para identificação de objetos mais comuns, para o exercício de aspectos linguísticos, como concordância nominal e verbal, além da prática de leitura oral e de outras atividades e dinâmicas pertinentes ao ensino básico de PLE/PLA. Três graduandas do curso de Letras ministraram voluntariamente as aulas além de um aluno, de nacionalidade haitiana, do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFFS, que, além de ministrante voluntário, também facilitou o processo de ensino mediante a tradução da língua portuguesa para a língua crioula haitiana e vice-versa. A turma teve em média 80 alunos, com frequência regular ou variável, de nacionalidade predominantemente haitiana, com conhecimento rudimentar da língua portuguesa. Essa área de ensino é recente na região e dado o tamanho crescente da procura, conforme a divulgação do curso na comunidade local e a necessidade de aprendizagem pelos imigrantes e refugiados, é pertinente sua continuidade, bem como sua ampliação, seu investimento e sua pesquisa, de forma que promova cada vez mais o envolvimento acadêmico e comunitário, com possibilidade de expansão e qualificação dos alunos a essa nova área de ensino. Além disso, o projeto pode viabilizar o olhar crítico do acadêmico para a realidade social em que está inserido, sendo a situação do imigrante e refugiado bastante desfavorável em relação à população local, e pode servir como um precursor de mudança e agente crítico na sociedade.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.