CONVIVENDO COM OSTOMIAS:
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM PACIENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Resumo
As atividades teórico-práticas proporcionam ao acadêmico a experimentação da vivência profissional em diversos campos de atuação, sendo a educação em saúde uma ferramenta que contribui para esse processo. Em vista do grande número de pacientes ostomizados verificou-se a necessidade de realizar de educação em saúde voltada para esse público. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência acadêmica durante a realização de educação em saúde com pacientes ostomizados em tratamento oncológico. Trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva, proveniente das vivências durante o componente de Estágio Curricular Supervisionado I (ECS I), do Curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, desenvolvido no primeiro semestre de 2018, no setor de Oncologia de um serviço hospitalar de referência para o Oeste Catarinense situado no município de Chapecó/SC. As educações em saúde foram elaboradas a partir das informações contidas nos manuais para alta hospitalar elaborados pela própria instituição de saúde. Após isso, foi realizado durante as visitas de enfermagem um levantamento do número de pacientes ostomizados, bem como o processo de adaptação do paciente a nova realidade. Desta forma, foi disponibilizado para cada paciente um exemplar do manual que foi utilizado para a elaboração de educação em saúde, enquanto no próprio leito as acadêmicas explicaram e esclareceram dúvidas sobre este material ao paciente e seu acompanhante, considerando que este é, frequente, o responsável pelos cuidados domiciliares com o estoma. As principais dúvidas que surgiram sobre a temática foram: Como realizar a troca correta da bolsa coletora, a temperatura ideal da água para realização da higiene, aplicação de produtos sobre a pele periostomal, como avaliar o tamanho do ostoma, bem como possíveis sinais e sintomas de irritação/inflação, como aparar corretamente os pelos próximos ao ostoma sem causar danos a pele, o que é importante avaliar nas fezes (cor, odor, quantidade, consistência), entre outros. Os pacientes mostraram-se bastante interessados e participativos, compartilhando vivências positivas e negativas que tiveram desde a realização da cirurgia neste processo de adaptação com a ostomia. Em relação aos familiares, também houve demonstração de interesse e curiosidade sobre as formas que realizavam o cuidado, se este estava ou não sendo realizado da forma mais correta. Ambos sentiram-se satisfeitos e agradecidos pelo tempo que as acadêmicas reservaram para realizar essas educações em saúde, o que refletiu inclusive no processo de vínculo e melhoramento da autoestima dos pacientes. Em relação a equipe de saúde foi possível um momento de reflexão sobre a importância das ações de educação em saúde, apesar das rotinas atarefadas. Além da percepção de como as ações refletiram no entendimento, empoderamento e autonomia do paciente sobre o seu processo de saúde-doença. Sendo assim, a realização de educação em saúde em ambiente hospitalar dinamiza o processo de trabalho, pois, contribui no conhecimento e empoderamento do paciente e familiar sobre o processo de adoecimento/hospitalização, além de, possibilitar a equipe de saúde o melhor acompanhamento dos casos, qualificando o atendimento prestado e fornecendo subsídios para as intervenções da equipe multiprofissional envolvida no processo de cuidado desses pacientes.
Palavras-chave: Educação em saúde. Oncologia. Autonomia.
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