PROJETO DE ATENDIMENTO VOLUNTÁRIO ÀS COMUNIDADES DE AGRICULTORES DE COLÔNIAS JAPONESAS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Kevin Kenzo Oishi UFFS
  • Emilio Hideyuki Moriguchi
  • Carolina Aiko Moriguchi
  • Clara Takako Moriguchi
  • Fernanda Tie Kumagai

Resumo

O processo de imigração japonesa ao Brasil se deu início no século XX. Essas famílias, desprovidas do conhecimento da língua portuguesa, eram atendidas com dificuldades na atenção à saúde devido à barreira linguística. Com o intuito de atendê-las, o governador japonês, em 1930, iniciou o programa de atendimento às famílias japonesas do Brasil enviando médicos. Hoje, Dr. Emílio H. Moriguchi - descendente de um dos médicos vindos naquela época -, junto a sua equipe, incluindo professores e estagiários do curso de medicina do Japão, realizam anualmente nos meses de julho e agosto, o atendimento voluntário às comunidades de agricultores de colônias japonesas dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sua relevância se deve porque muitos imigrantes ainda mostram dificuldades de comunicação em língua portuguesa, e seus descendentes, em geral, são de baixo nível econômico e de escolaridade, se concentrando em regiões interioranas com acesso dificultado à atenção primária de saúde. Seu objetivo, portanto, é a promoção da saúde e realização do diagnóstico precoce de doenças ditas como silenciosas. Ao todo, as atividades médicas acontecem em 17 comunidades totalizando cerca de 400 pacientes, percorrendo, num ônibus cedido pelo governo japonês, quase 4.000km. Nos dias de consulta são realizadas medidas antropométricas, teste rápido de urina, aferição de pressão arterial, realização de eletrocardiograma de repouso e de esforço, orientações para hábitos de vida mais saudável e, por último, a consulta médica. Como membros voluntários da equipe nos anos de 2017 e 2018, participamos ativamente desde o processo organizacional até a realização das atividades dentro de nossos limites de conhecimento. Enorme relevância se dá no intercambio de vivências e de experiências entre os estudantes, cuja comunicação é predominantemente em língua japonesa e inglesa, engajando e aperfeiçoando o conhecimento técnico com o comunicativo. As conversas e discussões feitas com os pacientes lapidam o lado humanístico, conhecendo e entendendo de modo integral as vulnerabilidades de cada pessoa, processo este que, durante a vida profissional, fará enorme diferença nas tomadas de condutas médicas e construção da relação médico-paciente. Torna-se evidente, desse modo, que essa experiência tem sua significância para ser relatada, e mostra eixos que a UFFS sempre pregou desde a sua criação: a extensão aliando-se ao ensino.

Palavras-chave: Universalidade. Comunidade. Voluntário. Extensão.

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Publicado

25-10-2018

Edição

Seção

Campus Passo Fundo - Projetos de Extensão e Cultura