CONSUMO DE CAFÉ E CHIMARAÇÃO E ESTADO COGNITIVO EM IDOSOS DO SUDOESTE DO PARANÁ

Autores

  • Viviane Neusa Scheid Universidade Federal da Fronteira Sul - Realeza
  • Gabriella Aparecida Vieira
  • Thalia Fernanda Naszeniak
  • Joziane Aparecida Zionko
  • Eloá Angélica Koehnlein

Resumo

Com o aumento da população idosa, as patologias relacionadas ao envelhecimento, em especial a demência, têm demonstrado uma notável elevação em sua prevalência, passando a ser considerada um problema de saúde pública. Porém, até o momento não há tratamento eficiente que modifique o curso destas patologias, sendo então a prevenção destas uma prioridade e a nutrição constitui um importante fator de risco modificável, no qual o café e o chimarrão apresentam compostos neuroprotetores como os antioxidantes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a frequência do consumo de café e chimarrão e a função cognitiva de idosos do sudoeste do Paraná. Foram avaliados indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, residentes tanto na área urbana ou rural de três municípios: Planalto, Capanema e Realeza localizados no sudoeste paranaense. Foram coletados dados sociodemográficos, dados sobre o consumo das bebidas por um Questionário de Frequência de Consumo Alimentas (QFCA), proposto por Mannato (2013), e foi avaliado o estado cognitivo pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM), elaborado por Folstein, Folstein e McHugh (1975). Os dados foram analisados descritivamente e por meio do teste Mann Whitney, em função da não normalidade dos dados. Participaram da pesquisa 82 idosos, sendo 74,39% (n= 61) do sexo feminino e 24,61% (n= 21) do sexo masculino. Em relação a idade, 29,27% dos participantes apresentaram de 60 a 64 anos, 35,36% de 65 a 70 anos, 26,83% de 71 a 80 anos e 8,54% maior ou igual a 81 anos. No que diz respeito à escolaridade, 64,63% cursaram de 1 à 4 anos, 18,29% cursaram de 5 à 8 anos, 9,76% cursaram de 9 à 11 anos e 7,32% mais de 11 anos. Verificou-se que 67,07% dos idosos (n= 55) apresentaram algum tipo de prejuízo cognitivo avaliado pelo MEEM, ou seja: orientação temporal; orientação espacial; registro de 3 palavras; atenção e cálculo; lembrança de 3 palavras; linguagem; e capacidade construtiva visual. No que diz respeito ao consumo de café, observou-se que 80,49% da população estudada (n= 66) referiu consumo, sendo em média 65,31mL com um mínimo de consumo diário de 3,58ml e um máximo de 375,0mL. O chimarrão apresentou relato de consumo dentre 91,46% indivíduos participantes (n= 75) com uma média de consumo de 1,54L, em que se verificou um mínimo de ingestão diária de 40ml e um máximo de 7,5L. Nos indivíduos que apresentavam algum prejuízo cognitivo, estes apresentaram uma média de consumo de café e chimarrão de 68,25mL e 1,49L respectivamente, já os indivíduos que não apresentaram prejuízo cognitivo houve um consumo médio de 59,01mL de café e 1,79L de chimarrão. O consumo diário de café e chimarrão entre os idosos com e sem prejuízo cognitivo não apresentou diferença estatística (p= 0,716 para avaliação do consumo de chimarrão e p=0,885 para o café). Destaca-se, a necessidade de estudos com amostras maiores para melhor elucidação de possíveis efeitos, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida da população idosa.

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Publicado

23-10-2018

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa