EFEITO DE BIOCONTROLADORES NA TRANSMISSÃO DO CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM DE SEMENTES PARA PLÂNTULAS DE FEIJOEIRO
Resumo
O Brasil é o segundo maior produtor de feijão (Phaseolus vulgaris) e é de fundamental importância que a produção seja bem sucedida, afinal o feijão é o produto alimentício mais popular e conhecido no Brasil. No entanto, são muitos os problemas relacionados às doenças e que comprometem essa produção, como por exemplo, o crestamento bacteriano comum (Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli). Os sintomas da doença são visíveis em toda parte aérea da planta, onde, inicialmente, são observadas manchas encharcadas nas folhas, que aumentam em tamanho e progridem para necróticas. As sementes infectadas pela bactéria podem se apresentar descoloridas, enrugadas, ou sem nenhum sintoma visível, causando grandes perdas. O objetivo deste trabalho foi avaliar se a bactéria causadora do crestamento bacteriano comum é capaz de ser transmitida das sementes de feijão, oriundas de plantas microbiolizadas com diferentes isolados biocontroladores, para as plântulas. O experimento foi realizado no laboratório de Sementes e no de Fitossanidade da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Cerro Largo. Para realizar o experimento, foram semeados em 21/06/2018, sementes de feijão em copos plásticos de 100 mL com substrato a base de vermiculita. As sementes foram obtidas de plantas de feijão cujas sementes foram microbiolizadas com os isolados biocontroladores: LABMID-UFFS RD34; LABMID-UFFS 34, LABMID-UFFS 82; LABMID-UFFS 27; LABMID-UFFS 49; LABMID-UFFS 16; LABMID-UFFS TEST; LABMID-UFFS 114, separadamente, e, inoculadas, quando em estádio de florescimento, com a bactéria X. axonopodis pv. phaseoli. Foi depositada uma semente por copo, totalizando 20 sementes por tratamento, distribuídas em 4 blocos de 5 sementes. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, sendo cada tratamento constituído por cinco repetições. Realizou-se avaliação da severidade da doença no dia11/07/2018, quando as plantas já se encontravam no estádio V3. Para isso foi utilizada uma escala adaptada e descrita por outros autores sendo: 0 corresponde à ausência de sintomas, 1 a clorose descontínua nas folhas, 2 à clorose contínua nas folhas, 3 à clorose e murcha do bordo da folha, sem ultrapassar a nervura lateral, 4 à clorose e murcha que ultrapassam a nervura lateral, 5 à clorose e murcha até o nível interno e 6 à clorose avançada e à murcha e 7 à sementes mortas. Os tratamentos avaliados que apresentaram maior severidade de transmissão do crestamento bacteriano comum foram com os isolados LABMID-UFFS RD34; LABMID-UFFS 82; LABMID-UFFS 27; LABMID-UFFS 16 e LABMID-UFFS 114, sendo que ambos não diferenciaram significativamente entre si. Os tratamentos com os biocontroladores LABMID-UFFS 34 e LABMID-UFFS 49 além da testemunha, mostraram menor severidade da doença sem diferirem entre si mas diferindo significativamente dos anteriores. É possível concluir que os isolados biocontroladores utilizados podem diminuir sua viabilidade com o armazenamento, uma vez que se comportaram igual ou pior que a testemunha. Ademais, a bactéria X. axonopodis pv. phaseoli é capaz de manter sua patogenicidade mesmo com o armazenamento das sementes.
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