O uso da linguagem nas aulas de química: escrita, leitura, gestos e imagens.
Resumo
O trabalho aborda o uso da linguagem no ensino de química. Compreendemos a mesma tanto como meio de comunicação entre professor e aluno, como constitutiva do sujeito. O uso da linguagem química em sala de aula é condição para o aprender química. Daí a importância da atenção para os modos e os usos da linguagem em sala de aula. Nossa vivência, num grupo de leitura de Textos de Divulgação Científica tem reforçado a necessidade da apropriação da linguagem química para a sua efetiva compreensão. Com isso julgamos importante a realização de uma revisão bibliográfica nos anais do Encontro Regional de Ensino de Química (EDEQ) e do Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) dos anos de 2010 a 2017 a fim de visualizar os modos de uso da linguagem junto ao ensino de Química. Nosso olhar esteve voltado para trabalhos completos que contemplaram os modos de uso da linguagem em sala de aula. No período analisado, no eixo temático linguagem e cognição, de 20 trabalhos publicados no EDEQ apenas 2 foram selecionados. Já no ENEQ como se trata de um evento nacional teve-se a soma de 121 trabalhos e, destes apenas 11 foram analisados de acordo com o foco da nossa investigação que buscou ver os modos de uso da linguagem em aulas de química. Em 13 trabalhos analisados percebeu-se que 6 apontaram o uso da leitura de Texto de Divulgação Cientifica (TDC) como metodologia de ensino, isso devido a facilidade e didaticidade deste modo de linguagem, o que permite uma interação melhor entre professor e aluno; 4 trabalhos voltados para a prática da escrita e/ou reescrita como metodologia. Consideram a prática da escrita como modo de possibilitar ao aluno fazer uso dos termos específicos da linguagem química fazendo com que ele se aproprie do conteúdo com mais facilidade; 2 trabalhos voltados para a análise de imagens e 1 trabalho voltado para a análise de gestos. O uso de figuras ou imagens é bastante usual no ensino de química, precisa portanto se tornar mais explícito, e ou, consciente na prática do professor. Daí a importância da ampliação de estudos que retratem tais aspectos. Os resultados construídos reforçam a importância do professor atentar para os diferentes modos e possibilidades de uso da linguagem química em sala de aula, seja por meio de leituras, escritas, representações (gestos, figuras, imagens) a fim de possibilitar aos estudantes atribuírem sentidos aos termos, símbolos e demais representações inerentes ao processo de aprender química. Pois aprender química requer a apropriação e a significação da sua linguagem que apresenta termos e símbolos com significados historicamente construídos.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.