DESCONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL SOBRE AS ÁFRICAS
"A ÁFRICA NÃO É SÓ ISSO."
Resumo
Desde o período colonial constrói-se um imaginário social sobre o continente africano, operando a partir de uma valorização eurocêntrica, deslegitimando o ser negro e suas relações, silenciando as vozes desta população. Assim, o presente trabalho, nas áreas de história e educação, tem por intencionalidade desmistificar a história única das várias Áfricas, através da análise do evento Tecnology, Entertainment and Design (TED), no ano de 2009, no qual a autora Chimamanda Ngozi Adichie produz uma fala sobre o perigo de se produzir uma história singular, conjuntamente com a história em quadrinhos (HQ) de Aya de Yopougon, de Marguerite Abouet, nos fornece subsídios para construir o recorte dos países Nigéria e Costa do Marfim, - respectivamente - que constituídos de diversidade, também relacionam os cotidianos comuns aos conjuntos sociais mundialmente. A construção desse imaginário, através dos meios de comunicação, faz com que o senso-comum referencie o território como um todo, ligado à pobreza, catástrofes, doenças, golpes de Estado, guerras, caracterizando-o como obscuro, habitado por pessoas irracionais. Em detrimento disso, inclina-se a reduzir a grandiosidade do continente, diminuindo-o a um país, sem diferenciar as subjetividades e características de cada território existente, excluindo a sua heterogeneidade e multipluralidade. Por esse motivo, a decisão de utilizar a termologia “As Áfricas”. Os espaços de recorte trazem a perspectiva de que os cotidianos dos países abordados no evento TED e na HQ – Nigéria e Costa do Marfim - são caracterizados como qualquer outro lugar do mundo, com dificuldades financeiras e estruturais, porém, isso não significa sinônimo de falta de cultura ou que a população viva em constante lamentação sobre sua realidade. É possível identificar, através dos documentos utilizados, que as Áfricas são possuidoras de produção de conhecimento, detentoras de universidades, escolas, empresas, multinacionais, atrativos turísticos. O contexto afirma que a construção do imaginário se dá pelo estranhamento a partir da ótica do outro, do diferente, sobre o desconhecido. Afinal, o pensamento sociocultural, as crenças sobre o continente africano precisam ser desconstruídas através do conhecimento das histórias características do individual e do coletivo sobre as várias Áfricas.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.