TRANSMISSÃO VERTICAL DE SÍFILIS NA 6ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL
notificações do período de 2007 a 2016
Resumo
A sífilis é uma doença infecciosa crônica, que tem como agente etiológico o Treponema pallidum. Apesar de prevenível e facilmente tratável, ainda é prevalente no país, sendo um desafio para a saúde pública. O contágio ocorre por ato sexual e sangue contaminado. A transmissão vertical também é possível e acarreta uma série de sequelas para o feto, além de aumentar o risco de complicações da gestação. A falta de prevenção e o tratamento inadequado são considerados os principais fatores para a ocorrência da doença em recém-nascidos. Trata-se de um estudo ecológico, do tipo série temporal, com o objetivo de verificar a evolução da prevalência de transmissão vertical de sífilis nos municípios da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Passo Fundo, RS (6ª CRS). Dos anos de 2007 a 2016 foram elegíveis todos os casos notificados no período. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Departamento de Vigilância Epidemiológica, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul (SINAN/DVE/CEVS/SES/RS) e, o protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS. Os resultados demonstram um crescimento importante na ocorrência de casos de transmissão vertical de sífilis no período: 0,81/1000 nascidos vivos em 2007 e 22,1/1000 nascidos vivos em 2016. Observou-se queda nos índices entre os anos de 2009 (3,0), 2010 (1,8) e 2011 (1,7) e aumento nos anos subsequentes: 2012(3,8), 2013 (6,2), 2014 (9,1) e 2015 (15,5). O avanço expressivo do número de casos no período de tempo analisado acompanha o cenário nacional, apresentando, entretanto, índices superiores. No ano de 2016, o Brasil registrou média de 6,4 casos por 1000 nascidos vivos, enquanto a região estudada, 22,1/1000. A comparação indica uma diferença de 325%, o que contribui para que o estado se destaque em comparação às demais unidades federadas e à média nacional. Evidências que as diferenças sejam fruto do histórico nacional de subnotificações. É provável que o aumento geral na prevalência seja decorrente da falha dos programas e ações de prevenção, da inadequada assistência pré-natal, do diagnóstico tardio e de esquemas incorretos de tratamento. Apesar da meta do Ministério da Saúde de erradicação da doença, além da facilidade de diagnóstico e tratamento, a sífilis permanece presente e a transmissão vertical está em crescimento, o que expõe deficiências nos serviços de saúde e exige a revisão das ações já implantadas e o desenvolvimento de novas estratégias de controle.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.