ANÁLISE DA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM CONDIÇÃO CRÍTICA DE SAÚDE
Resumo
O paciente em condição crítica de saúde apresenta instabilidade dos sistemas orgânicos, o que representa importante vulnerabilidade durante as etapas do processo assistencial, exigindo vigilância e monitoração contínuas pelos profissionais de saúde. Ante ao exposto, a cultura de segurança do paciente revela-se fator determinante para a qualidade do cuidado, e para o êxito no desenvolvimento do tratamento e reabilitação do indivíduo. Contudo, mesmo em unidades hospitalares destinadas á cuidados críticos, as taxas de mortalidade e complicações decorrentes de falhas na segurança do paciente são elevadas. Frente a este cenário, este estudo objetiva analisar a cultura de segurança do paciente nas unidades de atenção ao paciente em condição crítica de saúde, nos setores hospitalares da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de Pronto Socorro (PS). Para tanto, realizou-se uma revisão narrativa de literatura, no período de fevereiro a julho de 2018, nas bases de dados ScientificElectronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Portal de Periódicos da CAPES, usando os termos segurança do paciente em condição crítica, eventos adversos em unidade de terapia intensiva, eventos adversos em pronto socorro, e cultura de segurança do paciente. Para análise, empregou-se o agrupamento de dados conforme a similaridade de informações. Após a leitura do resumo para identificar a adequação à temática, foram selecionados e analisados dezesseis artigos. Por meio do estudo, se evidenciou que a cultura de segurança do paciente encontra fragilidades nos setores de cuidado crítico das instituições hospitalares, desencadeando frequentemente eventos como infecção hospitalar, erros de medicação, trauma durante procedimentos, quedas no ambiente de cuidado, e lesão por pressão. Ainda, quando comparado a outras unidades hospitalares, o PS apresenta risco aumentado de ocorrência de algum evento adverso, devido à alta rotatividade de pacientes críticos e a demanda de atendimentos não urgentes que por vezes sobrecarrega a unidade, levando a propensão de fatores que maximizam a fragilidade na cultura de segurança. O processo de trabalho na UTI abrange intervenções de inúmeras tecnologias, dispositivos invasivos e ações terapêuticas que exigem conhecimentos de diversas ordens, tornando o ambiente mais suscetível aos eventos adversos. Desta forma, identificou-se que a falha de comunicação entre os profissionais de saúde e destes com os pacientes, a fragmentação da responsabilidade pela assistência, a inadequação de registros nos sistemas de informação, falta de notificações de eventos adversos e a insuficiência de protocolos técnicos, colaboram para a fragilização da cultura de segurança. Assim, medidas que visem a redução dos eventos adversos e fortaleçam a cultura de segurança do paciente maximizam a qualidade dos processos assistências, demonstrando-se determinantes para a redução do tempo de internação, das taxas de mortalidade nas unidades de cuidado crítico e a melhoria do quadro clínico do paciente.
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