O ensino de gravura em espaços não-formais de educação como elemento integrador
Resumo
Os espaços não formais de ensino, como o são os Centros da Juventude, constituem-se em campos de conhecimento e para conhecimento, possibilitando a interação do campo social com os cursos de formação a que estão ligados, tratando-se de fontes de práticas educativas e formativas para docentes, futuros profissionais e usuários. Para os docentes, possibilitam o desenvolvimento de ações pedagógicas que envolvam a docência, conhecimento de realidades educacionais diversas, reflexão da profissão e discussão das principais dificuldades educacionais. No caso das Artes Visuais o potencial de envolvimento dos jovens desses espaços é amplificado, permitindo formas de expressão, identificação e ressignificação do jovem e seu entorno. As Artes Visuais devem proporcionar possibilidades de produção e criação, levando-os a autonomia e a construção identitária. O ensino da gravura visa contribuir para o desenvolvimento da atividade criativa, ao entrar em contato com técnicas diversificadas, que revelam a surpresa da imagem invertida e que permitem tintagem do suporte e que conduzem à ansiedade da prova. Assim, o presente trabalho visa descrever os benefícios da aplicação de oficinas de gravura no espaço do Centro da Juventude Aurélio Romancini Neto em Laranjeiras do Sul-PR, para jovens com privação de liberdade. No caso do trabalho com jovens, a compreensão das representações visuais como uma ideia sobre os grupos sociais e como fazem parte de uma comunidade, possibilita através das imagens geradas catalogar e reconhecer visualmente os diferentes grupos. A gravura proporciona um amplo campo de estudos e contribui para a integração dos jovens e a sua futura atuação na sociedade, por meio da expressão individual e do trabalho em grupo. Através do trabalho com gravura os jovens puderam externar suas emoções e por meio de suas obras realizar-se pessoalmente. A imagem é sem dúvida uma das formas de expressão do homem mais significativas. Nas oficinas, os jovens expuseram seus anseios, aguçaram sua sensibilidade, poliram seus sentidos para se tornar melhores observadores, tanto de arte quanto da sociedade, e fizeram com que sua criatividade fosse expressa. Pode-se verificar que o percurso criador é uma sequência de tentativas. Este processo é tão ou mais importante que o resultado final, pois é neste processo que estão as inquietações, é o momento de descoberta de si e do outro, uma ligação entre artista e obra.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.