A INTEGRAÇÃO NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE

RELATO DE EXPERIÊNCIA NOS CURSOS DE ENFERMAGEM E MEDICINA

Resumo

Apesar da importância do estabelecimento de relações entre médicos e enfermeiros, observa-se que as experiências de integração são escassas entre as profissões na formação profissional universitária. Porém, é nesse ambiente que se torna possível o fomento à união dos discentes dessa área desde o início das graduações. Atualmente, a Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, oferece como cursos de graduação da saúde a Enfermagem e a Medicina. O fato de ambos os cursos terem componentes curriculares em comum constitui recurso à integração, permitindo sua efetivação no ensino profissional em saúde. Neste contexto, os componentes curriculares de Saúde Coletiva I, realizados simultaneamente no semestre 2017/2 pela segunda fase de Enfermagem e pela primeira fase de Medicina, criaram mecanismos para a inserção da atuação coletiva entre os discentes e docentes. O objetivo desse resumo é relatar as atividades de integração entre futuros médicos e enfermeiros da UFFS/campus Chapecó, realizadas no transcorrer de um componente curricular, e refletir sobre a relevância dessas ações para que a multidisciplinariedade se desenvolva já nas fases iniciais entre os estudantes. Os componentes de Saúde Coletiva I ofertados na Enfermagem e na Medicina possuem ementas que preveem a abordagem de temas comuns. A partir de iniciativa docente, estes temas foram trabalhados de forma coletiva e articulada entre os cursos e organizados em quatro momentos de integração compostos por: uma conversa com profissionais representantes da Secretaria de Saúde de Chapecó; acompanhamento de uma reunião do Conselho Municipal de Saúde de Chapecó; discussão sobre mudanças da nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 2017; e discussão sobre o trabalho em equipe na atenção à saúde. Os encontros envolveram 80 estudantes (40 da Medicina e 40 da Enfermagem) que, em grupos mistos, discutiram os temas abordados nas perspectivas das diferentes profissões e da equipe multiprofissional. A atividade foi considerada válida, pois o contato entre discentes dos cursos de Medicina e Enfermagem é fundamental na formação das futuras equipes de saúde egressas da universidade, que atuarão de forma interdisciplinar para efetivar a assistência integral à saúde do usuário. Ambas as profissões são fundamentais na prestação do cuidado, portanto, a segmentação existente deve ser superada. Apesar dessa iniciativa, vale ressaltar que a ocorrência desse tipo de atividade em apenas um componente curricular dos cursos é insuficiente para efetivar, de fato, a interação entre esses estudantes e que a existência de outras disciplinas em comum possibilitaria a continuação e o fortalecimento dessa integração. Sugere-se eleger outros componentes curriculares para continuidade da integração no decorrer da graduação.