Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Formação Médica

Relato de experiência

Autores

  • Adelaine Marília Pinheiro UFFS
  • Karine Bedin UFFS

Resumo

Resumo: As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), conceituadas como ações terapêuticas não inclusas tradicionalmente no campo da biomedicina, atuando na prevenção de doenças e na recuperação de saúde por meio de mecanismos naturais, passaram a ser implantadas no sistema público de saúde a partir da década de 1980 e veio crescentemente ganhando relevância no Brasil. Em 2006 essas práticas foram normatizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). A PNPIC atua em sistemas terapêuticos diversos, estimulando o uso de mecanismos naturais para a prevenção de doenças e promoção de saúde pública. Nesse contexto, a política tem como função entender o ser humano como um ser complexo, realizando abordagem acolhedora com ênfase no autocuidado. As primeiras PICS propostas pela política foram termalismo, crenoterapia, homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica e medicina tradicional chinesa, sendo que atualmente são ofertadas vinte e nove práticas, classificando o Brasil como o país que mais oferece essas práticas na atenção básica em saúde. As PICS abordam os aspectos físico, psíquico, emocional e social do ser humano para realizar o diagnóstico, sendo as intervenções destinadas à promoção de saúde, prevenção de doenças, tratamento, reabilitação e cura. Entre os principais benefícios trazidos, destacam-se a melhoria na qualidade de vida, melhor aderência dos usuários ao tratamento, prevenção de agravos à saúde, aumento de autoestima, visão holística da doença e cuidado mais humanizado do usuário. O componente curricular, nomeado Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares (RM-PIC) na Atenção Primária em Saúde – SUS, abordou: homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, medicina tradicional chinesa (acupuntura, auriculoterapia, ventosas, moxabustão e Tai Chi Chuan), medicina Ayurveda (yoga e meditação), medicina antroposófica (dança circular) e reiki. O objetivo foi a possibilidade dos acadêmicos terem acesso a alguns conhecimentos de outras medicinas vigentes no mundo, a partir da vivência com profissionais capacitados. Como estudantes relatamos o bem-estar proporcionado pelas PICS listadas, assim como a melhora na qualidade do sono, diminuição dos níveis de estresse, estímulo ao autocuidado e melhor desempenho nas atividades realizadas. Dessa forma, o componente curricular oportunizou a compreensão teórico-prática sobre outras racionalidades médicas, gerando um estímulo para melhores contribuições nas atividades no âmbito da atenção primária.

 

Palavras-chave: Educação médica. Terapias complementares. Sistema Único de Saúde.

 

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Publicado

25-10-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino