CUIDADOS DE ENFERMAGEM À PESSOA SURDA E A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ENTRE PROFISSIONAL/USUÁRIO

Autores

  • Willian Lorentz Universidade Federal da Fonteira Sul

Palavras-chave:

Cuidado de enfermagem. Língua Brasileira de Sinais. Pessoa surda.

Resumo

A construção do pensamento social, ao longo do tempo, fez com que muitos grupos, com pensamentos e características em comum, fossem afetados de maneira prejudicial no âmbito do reconhecimento de seus direitos, como ocorre com a população surda. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), foi reconhecida como língua oficial somente com a criação da Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002. Anteriormente a ela, o desenvolvimento intelectual das pessoas surdas era subestimado, fazendo com que essa população fosse fortemente confundida com deficientes mentais. Tamanha falta de reconhecimento social fez com que os indivíduos surdos não tivessem participação ativa na sociedade, ocasionando então na falta de efetivação das reivindicações de algumas necessidades básicas, tendo em vista que a saúde é um direito do ser humano. O Sistema Único de Saúde (SUS), atualmente, tem como um de seus princípios o atendimento ao usuário, onde o mesmo possua voz ativa e entendimento na sua vivência clínica. O Decreto de Lei nº 5.626/05 indica a necessidade da capacitação do profissional em saúde para o atendimento às pessoas com deficiência auditiva, fazendo-se de suma importância a necessidade do conhecimento da LIBRAS. Diante desta realidade, surgiu o impulso para tecer reflexões sobre a atuação profissional no cuidado de enfermagem à população surda. Faz-se de inteira importância a qualificação dos futuros profissionais dentro do âmbito acadêmico e com profissionais formados em relação a instrução em LIBRAS. Não há uma capacitação necessária do conhecimento nesta área, tendo como referência a efetivação da matéria LIBRAS, onde as licenciaturas efetivam-na de maneira obrigatória na grade curricular e, os demais cursos, a executam com formato optativo. Muitos profissionais, ao se depararem com pessoas surdas, sentem-se incapacitados de realizar o atendimento de maneira eficiente. Há muitos métodos utilizados pelos profissionais de enfermagem com o intuito de melhor compreensão da mensagem a ser passada, porém, muitas vezes não há êxito em certas formas de comunicação, deixando o cuidado menos efetivo. Com a falta de capacitação desses profissionais de saúde em LIBRAS, opta-se pela intervenção de terceiros, os quais são capacitados a transmitir a mensagem desejada ao usuário. Entretanto, é válido pensar que a presença de pessoas que fazem a tradução da língua oral para a de sinais, interfere diretamente na privacidade do usuário surdo, não o deixando confiante a participar ativamente de seu tratamento por questões pessoais. Entende-se por meio dessa reflexão que, a capacitação dos profissionais em saúde na Língua Brasileira de Sinais desde a formação acadêmica possui um importante papel para que o indivíduo surdo se sinta apto a intervir no cuidado desenvolvido pelo profissional em enfermagem por meio da comunicação fluida e direta com o profissional. A possibilidade do indivíduo se comunicar o deixa mais interessado em sua qualidade de vida, instigando a promoção e prevenção em saúde e, consequentemente, desenvolvendo e encorajando-o para a luta e reconhecimento de seus direitos sociais.

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Publicado

17-04-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino