PROJETO DE INTERVENÇÃO DIDÁTICA DO PIBID: HISTÓRIA DA ÁFRICA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Palavras-chave:
História da África, Ensino de História, cultura afro-brasileira, Ensino da História da África.Resumo
No segundo semestre letivo de 2017, os bolsistas do subprojeto de História do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência(PIBID) desenvolveram um planejamento didático sobre História da África para aplicar com turmas do ensino fundamental da E. E. B. Profª Irene Stonoga, situada no bairro Maria Gorethi, Chapecó – SC. Para tanto, pretendemos fazer uma reflexão crítica sobre o ensino de História da África no Brasil, com o enfoque na cultura dos povos tradicionais africanos em um recorte temporal anterior ao do processo de colonização, o processo de escravização e a diáspora forçada africana, e uma breve reflexão sobre as condições sociais do negro em um país que passou por aproximadamente quatrocentos anos de escravidão. Considera-se a aplicação desta intervenção didática sob a permissa de haver no Brasil uma legislação em vigor que coloca a obrigatoriedade, nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. Trata-se da Lei nº 10.639, publicada em 9 de Janeiro de 2003, entrando de fato em vigor em 10 de março de 2008. Sendo um marco enquanto a obrigatoriedade no ensino básico de esfera pública e privada, a abordagem nas salas de aula de tal temática. A medida busca justificar a obrigatoriedade junto à construção cultural e identitária popular brasileira em profunda relação com a dessas populações. Portanto as peculiaridades características da formação populacional brasileira, está ligada a um contexto de exploração e dominação de grande longevidade, caracterizados majoritariamente pelo silenciamento e invisibilidade dessas populações relegadas a marginalização. A medida busca em algum grau, possibilitar uma maior visibilidade a estas culturas e etnias, tentando demonstrar sua importância fundamental na construção do Brasil nas instituições de ensino básico e superior, visto o pouco (ou nenhum) mérito estabelecido a tais em contraponto com a grande exposição que busca dar créditos e importância majoritária a cultura e aos povos de origem europeia, estabelecendo um embranquecimento da grande pluralidade brasileira. A importância da obrigatoriedade desses conteúdos nos currículos escolares é inegável, basta um simples olhar a formação social brasileira e as contradições nela engendradas. No entanto, faz-se fundamental pensar a aplicação dessas políticas educacionais num país como o Brasil, onde os currículos encontram-se fortemente atrelados às determinações de organismos internacionais multilaterais como a ONU e o Banco Mundial, ora, a teoria do capital humano e a chamada “terceira via” neoliberal, que desfiguram o ensino e o espaço escolar, uma vez que entendem a educação pública como uma ferramenta de fomento da economia e como meio para atenuar os problemas causados pela pobreza, ou seja, como um espaço de formação de mão-de-obra e de assistência social. A luz desses problemas, essa reflexão buscará elucidar como é aplicado o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena num espaço escolar desfigurado, em que se propõe uma educação para a diversidade que dá as costas as desigualdades sociais; e à quem essa “metodologia” de ensino realmente serve nos moldes em que se encontra. Entendemos que a conjuntura histórica atual demanda pensarmos as consequências da relegação de conteúdos e conceitos tão urgentes nas políticas educacionais neoliberais. E durante o desenvolvimento do projeto, temos como objetivo refletir sobre essas problemáticas.
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