O DESPERTAR PARA (DES)CONSTRUÇÕES E (RE)SIGNIFICAÇÕES SOBRE O SUS: ALGUMAS REFLEXÕES DOCENTES EM FASE INICIAL DO CURSO DE ENFERMAGEM DA UFFS
Palavras-chave:
Palavras-chave, Enfermagem. Formação profissional em saúde. Sistema Único de Saúde. Problematização.Resumo
Resumo: O Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido internacionalmente como um dos maiores e melhores sistemas públicos universais do planeta, trazendo com tal reconhecimento, inúmeras fragilidades e desafios que emergem na tentativa de garantir princípios constitucionais ousados para uma população de milhões de usuários (exclusivos ou não). Sensibilizar os(as) graduandos(as) desde as fases iniciais para seu papel na consolidação desse sistema é papel insubstituível da formação em saúde, devendo inserir nas matrizes curriculares momentos que problematizem, transversalmente, o SUS como cenário majoritário de formação e de atuação futura. Esse trabalho tem como objetivo geral tecer reflexões a partir da visão docente e das experiências em sala nas três últimas edições (2017.1, 2016.1, e 2015.1) do Componente Curricular (CCR) “Fundamentos de Saúde Pública” ofertado anualmente pelo Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC. Nos semestres supracitados, entre diversas estratégias didático-pedagógicas, foi proposta uma dinâmica inicial de apresentação de cada um/uma, e aliado à isso, de socialização preliminar sobre as expectativas em relação ao CCR que se iniciava, complementadas pelas vivências pessoais, familiares e/ou de terceiros(as) sobre o SUS enquanto usuários(as). Ao final do semestre (último dia do CCR), a mesma expectativa foi retomada para verificação panorâmica dos saberes construídos pelos(as) estudantes sobre o SUS, bem como sobre a modificação (ou não) de suas expectativas sobre o CCR e sobre o sistema em si. Inicialmente, é pulsante a impressão docente de que boa parcela dos(as) estudantes reproduzem (inconscientemente ou não) um discurso tendencioso sobre o SUS arraigado e fortalecido pelos veículos midiáticos de massa, os quais enfatizam apenas suas dificuldades e minimizam desproporcionalmente seus avanços. As falas que atrelam o uso do SUS e o acesso à consultas (médicas) por quem não tem plano privado de saúde são claramente modificadas pelo despertar para a complexidade desse sistema, que não se restringe à (necessária) assistência direta aos(às) usuários(às), mas vislumbra horizontes não priorizados pela indústria privada dos planos: promoção, proteção, prevenção, assistência e reabilitação. Questões como (sub)financiamento do sistema, ingerência dos “poucos” recursos existentes, e “falta de capacitação” dos(as) trabalhadores(as) “da prática” e gestores(as) das três esferas de governo, são pertinentemente levantadas ao longo dos momentos coletivos avaliativos, contudo, há uma (des)construção e (re)significação ímpar: a saída do lugar confortável e passivo da terceirização destes nós críticos para “o outro” (governos), e instigados pelos debates, início da compreensão do papel de cada um/uma como cidadãos(ãs) nos méritos e fragilidades do sistema público de saúde. A baixa adesão aos Conselhos locais e municipais de saúde (associada ou não à saber que existem e como funcionam) dentre outros movimentos de participação popular e controle social, logo emerge como uma forte característica dos ingressantes no curso, os quais já se veem tencionados com os conflitos em se mobilizarem enquanto movimento estudantil. Denota-se para o processo formativo em saúde, a necessidade de ampliar os debates sobre o SUS, trazendo seus vários ângulos, para que os(as) futuros(as) profissionais possam sim criticá-lo, agora, com co-responsabilização por seu fortalecimento.
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