Avaliação do potencial terapêutico do extrato hidroalcoólico de erva mate Ilex paraguariensis sobre parâmetros histológicos de tilápia Oreochromis niloticos desafiados com Aeromonas hydrophila
Palavras-chave:
Infecção bacteriana. Fitoterápico. Fígado. Pâncreas.Resumo
A tilápia (Oreochromis niloticus) é a espécie de peixe mais produzida no Brasil. É cultivada em sistema intensivo, o qual gera um ambiente estressante deixando os animais mais suscetíveis a doenças. A bactéria Aeromonas hydrophila é responsável por prejuízos econômicos nos sistemas produtivos. Entre as fontes de fitoterápicos com potencial para a utilização na aquicultura identifica-se a erva mate (Ilex paraguariensis), mas existem poucos estudos sobre seus efeitos em peixes. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento com banho de extrato de erva mate sobre a morfologia de fígado e pâncreas de tilápias após infecção com A. hydrophila. Foram utilizados 160 alevinos de tilápia, distribuídos em oito aquários com 20 peixes, com sistema de recirculação independente. Os animais de 4 aquários foram infectados com A. hydrophila com 0,1 mL na concentração de 1x106 UFC.mL-1, os demais foram inoculados com o mesmo volume de solução salina. Após 48 horas do desafio foi iniciado o tratamento com o banho nos 4 grupos infectados e 4 não infectados foram submetidos a banhos com três concentrações de extrato (Controle, T1 e T1bac: 1mg/mL, T2 e T2bac: 10 mg/mL e T3 e T3bac: 50mg/mL). O grupo controle e o grupo controle infectado não foram tratados. O extrato foi preparado a partir das folhas de I. paraguariensis, secas em estufa com temperatura inferior a 50°C, moídas e realizada extração com etanol 70%, razão planta solvente de 1:10 (p/v) à 50ºC. O extrato foi filtrado e o solvente removido em rota-evaporador a 50ºC e redissolvidos em água nas concentrações testadas. Após 5 dias de tratamento, os peixes foram eutanasiados, para a coleta do fígado e pâncreas, fixação em alfac e realização de procedimento histológico, com série alcoólica crescente, xilol e inclusão em parafina, seguido de corte em micrótomo, coloração das lâminas com hematoxilina e eosina e análise em microscópio óptico. Os animais não infectados com bactéria, controle e tratados com erva mate, não apresentaram efeitos histológicos no fígado e no pâncreas, porém os animais infectados com A. hydrophila apresentaram infiltrações leucocitárias e focos de necrose nos tecidos hepáticos e pancreáticos, assim como, alguns casos de esteatose hepática. Os resultados indicam que o banho com extrato de erva mate não causa alterações na morfologia hepática e pancreática, porém a infestação com A. hydrophila é responsável pelas alterações morfológicas encontradas nos dois órgãos e o tratamento com banho de extrato de erva mate não foi capaz de proteger os tecidos da infestação bacteriana.Downloads
Publicado
30-11-2017
Edição
Seção
Campus Laranjeiras do Sul - Projetos de Pesquisa
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