O ENSINO-APRENDIZAGEM EM HISTÓRIA MEDIEVAL A PARTIR DO DISCURSO MIDIÁTICO

Resumo

O ensino-aprendizagem em História ganhou enfoque com o mundo pós-guerra, sobretudo na Alemanha que abandonava seu discurso histórico em prol de um nazismo e passava por um processo de reestruturação da historiografia apresentada nos espaços formais de ensino. Atrelado a isso e dialogando-se entre duas vertentes – uma de origem inglesa e outra de origem alemã -, o conceito de Didática da História fortificou-se, trazendo novas problemáticas e preenchendo lacunas para com a historiografia enquanto ciência. Sustentando-se na vertente alemã da teoria da Didática da História fundamentada por Jörn Rüsen, o qual atenta de que o ensino-aprendizagem em história está atrelado a questões de cunho cultual das quais a mídia tem influência, isto é, de que o ensino-aprendizagem em história não se dá apenas em espaços formais, mas em todos os aspectos sociais, sobretudo através desses meios midiáticos de reprodução em massa, objetiva-se, nesse trabalho, analisar os discursos produzidos pelo século XXI e difundidos através de narrativas midiáticas, referentes ao passado medieval, a partir do recorte de narrativas de maior repercussão como, por exemplo, Game of Thrones, Lord of the Ring, Vikings, The Kingdom, King Arthur, todas ambientalizadas na Idade Média. A priori, como forma de resultados, observa-se que algumas dessas obras fílmicas carregam discursos contrários à historiografia medieval, acarretando na não-contribuição para com o ensino-aprendizagem em história. Por outro lado, a exemplo de Game of Thrones, questões de gênero e sexualidade (que são questões emergentes do século XXI) são postas de modo que o interlocutor as naturalize como normais nas sociedades medievais e, consequentemente, utilizando-se novamente do conceito de Didática da História, as naturalize no presente, possibilitando, destarte, uma maior aceitação dessas categorias historicamente inferiorizadas.