ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL DO NUTRICIONISTA CLÍNICO EM SEU CONSULTÓRIO

Resumo

Resumo: O objetivo deste ensaio baseou-se na tentativa de desenvolver uma reflexão crítica sobre os desafios atuais da formação profissional do nutricionista e entender o papel da ética e da responsabilidade  na atuação do mesmo. Para isso, buscou-se o embasamento teórico nas leituras e fichamentos de textos bibliográficos referente às disciplinas de Fundamentos da Crítica Social e de Ética e Orientação Profissional, a participação dos debates e seminários temáticos sobre as principais correntes éticas, caracterizando-se como uma pesquisa de caráter qualitativa. O atual contexto de formação do nutricionista como profissional da saúde exige uma formação abrangente em seus aspectos técnicos, científicos e críticos. Considerando sua atuação direta ou indiretamente com pessoas, espera-se dele uma postura ética e de responsabilidade social. No contexto empresarial, esta exigência surge no século XIX, ao se justificar que o fim de uma empresa seria exclusivamente a maximização do lucro dos acionistas. Atualmente, através da predominância das questões sociais e ambientais, a responsabilidade social tem ganhado cada vez mais destaque, sendo vista como uma estratégia a serviço da sociedade intuída em tornar o mundo um lugar melhor para todos. No entanto, pode-se constar que, por vezes, a responsabilidade social do nutricionista é deixada de lado ao abrir um consultório, organização empresarial própria, como por exemplo, atribuindo maior interesse pessoal ao lucro, e ignorando a ação do profissional em busca de um benefício coletivo. Deste modo, o que poderia ser uma ação voltada para o desenvolvimento social, se torna uma ação discriminatória por meio da negligência do atendimento clínico. Com isso, o nutricionista será socialmente responsável quando sua atuação for além da obrigação de respeitar leis e pagar impostos, isso é, quando sua atuação envolver a criação de valores e relações equitativas com os pacientes de modo a promover a saúde dos mesmos, levando em conta os diversos aspectos éticos e sociais envolvidos neste processo, tais como as relações familiares, os traumas alimentares, as condições mentais, físicas e socioeconômicas, entre outros, auxiliando na construção de uma sociedade mais consciente e justa. Além disso, conforme consta no Código de Ética do profissional, o nutricionista deve prescrever o tratamento nutricional somente após uma avaliação pessoal e efetiva do indivíduo, eliminando a ação tão criticada da “dieta de gaveta”. Dessa forma, observa-se dois pontos primordiais a serem considerados: a prática pautada unicamente na técnica e a falta de entendimento e consciência acerca da responsabilidade social. Como consequência disso, tais pontos tornam-se um grande desafio tanto à formação quanto à atuação do profissional nutricionista. Desta forma, conclui-se que a ética é a base da responsabilidade social e se expressa através dos princípios e valores adotados pelo profissional, que inclusive são ditados no Código de Ética do Nutricionista, exigindo que a prática do exercício profissional esteja inserida no contexto social e nos valores humanos vigentes, para efetiva promoção da saúde individual e coletiva dos cidadãos.