APRENDER E ENSINAR POR MEIO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: UM RELATO DA PRÁTICA

Autores

  • Camila Todescatto Geremia Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Patricia Aparecida Trentin Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Liane Colliselli Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Palavras-chave:

Visita Domiciliar, Agente Comunitário de Saúde, Educação em Enfermagem

Resumo

A visita domiciliar (VD) visa prestar uma assistência educativa e assistencial no âmbito do domicílio. Para os agentes comunitários de saúde (ACS) está entre as atribuições mais significativas do seu trabalho. É por meio da VD que o ACS percebe os problemas, as dificuldades e as potencialidades vivenciadas por cada família, além de identificar os indivíduos que compõe o círculo familiar e as ligações entre seus membros. É por meio da VD que também ocorre a transmissão de orientações e acompanhamento das famílias em situação de vulnerabilidade, em especial as que necessitam de maior atenção. Considerando os princípios da ética, o ACS deve exercer sua função sem julgamentos nem expor as situações de doença da família às pessoas que não convém. Enfatiza-se que a temática “visita domiciliar” encontra-se entre os temas apontados pelo serviço como prioritários para serem abordados, considerando a necessidade de ampliar os conhecimentos dos ACS sobre o assunto. Partindo dessa breve reflexão, o objetivo deste relato é divulgar a atividade de educação permanente em saúde desenvolvida com ACS contemplando o tema visita domiciliar. No período de 29 e 30 de junho de 2017, seis discentes da 5º fase, acompanhados por uma docente, no componente “Cuidados de Enfermagem em Atenção Básica de Saúde”, do Curso de Graduação de Enfermagem da UFFS - Campus Chapecó, desenvolveu durante as atividades teórico práticas ações de educação permanente em saúde com aproximadamente 300 ACS do município, estes organizados em subgrupos. A atividade foi desenvolvida em forma de oficina temática contemplando o conteúdo relacionado às atribuições/trabalho do ACS. Entre estes: cadastramento familiar, mapeamento da área de atuação, educação em saúde na comunidade, participação da comunidade, atuação intersetorial e visita domiciliar. O presente relato traz uma breve reflexão sobre a visita domiciliar realizada pelas ACS, mencionadas/identificadas durante a oficina. A oficina possibilitou identificar potencialidades e fragilidades na rotina do trabalho do ACS. Como potencialidades destaca-se o diálogo, orientações, esclarecimentos e a busca ativa. Ainda a identificação das diferentes realidades/situações encontradas durante a VD e as trocas de experiências. Apontam a VD como um elo entre o usuário e a equipe de saúde, e avaliam como gratificante seu trabalho, pelo fato de ajudar pessoas e famílias. Entre as fragilidades mencionaram as casas fechadas, a falta de receptividade, em especial nos prédios no centro da cidade, as limitações/falhas no sistema de cadastramento e-SUS, os horários de VD e a falta de materiais necessários para seu trabalho. Também pontuam criticamente a cotidiana entrega de encaminhamentos, que ocupa espaço e tempo para a realização de uma visita domiciliar apropriada. A partir destes relatos, foi possível perceber a importância que os ACS atribuem a VD, também têm clareza dos limites e das possibilidades de qualificar a mesma. Para a formação do enfermeiro a experiência vivenciada foi importante, pois possibilitou o aprender e o ensinar a partir da realidade concreta mencionada pelos agentes comunitários de saúde.

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Publicado

22-06-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino