AVALIAÇÃO DO EFEITO INIBITÓRIO DA RESINA DE CUPRESSUS SEMPERVIRENS CONTRA CEPAS DE STAPHILOCOCCUS AUREUS DE INTERESSE CLÍNICO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Autores

  • Roberta Giusti Schran Universidade Federal da Fronteira Sul - Realeza/PR
  • Vanessa Quisini Universidade Federal da Fronteira Sul. Realeza-PR
  • Wellinton Molinetti Universidade Federal da Fronteira Sul. Realeza-PR
  • Valfredo Schlemper Universidade Federal da Fronteira Sul. Realeza-PR

Palavras-chave:

Cupressus sempervirens. Atividade antimicrobiana. Staphilococcus aureus. Resina pura. Difusão em Ágar.

Resumo

O Cupressus sempervirens, também conhecido como cipreste italiano, é considerada uma árvore medicinal pela cultura popular, para o tratamento de dores de estômago, da inflamação e também como antisséptico e antiespasmódico, bem como para tratar infecções de pele. Assim como muitas outras plantas, o uso na medicina popular é um indicativo de propriedades farmacológicas importantes que ao serem exploradas podem ter importante uso na terapêutica. Tudo isso, considerando a utilização irregular de antibióticos tem provocado um importante problema para a terapêutica humana e animal, a resistência microbiana. Dessa forma, é necessário buscar novas alternativas terapêuticas eficazes no combate de microrganismos multirresistentes, e abrindo caminhos para a evolução das pesquisas etnofarmacológicas para o desenvolvimento de novos antibióticos. Nesse contexto, o Staphilococcus aureus, uma bactéria gram positiva, que nos últimos anos se destaca pela resistência em ao menos três classes de antibióticos, além de ser responsável por infecções hospitalares em humanos, infecções relacionadas à mastite, isoladas no leite de bovinos, acometendo animais domésticos na forma de cistites, meningites e infecções de pele. Utilizando a resina pura extraída da árvore Cupressus sempervirens, localizado no município de Realeza-PR, foram realizados testes de difusão em ágar contra cepas de coleção própria, naturais isoladas de Staphilococcus aureus (C3, C4, C6 e ATCC). Para o teste, o inóculo foi preparado utilizando ágar Mueller-Hinton (MH) previamente esterilizado, e após a semeadura, as placas de Petri foram colocadas na estufa de crescimento durante 24 horas na temperatura de 36±1 ºC e após o crescimento, selecionou-se 4 a 5 colônias bem isoladas de aspecto morfológico idêntico, e transferidas para um tubo de ensaio contendo 10 ml caldo brain heart infusion (BHI) e novamente incubado durante 24 horas na temperatura de 36±1 ºC, após esse tempo, foi ajustado à graduação de 0,5 na escala de MacFarland. O inóculo ajustado foi espalhado em placas de Petri contendo cavidades de 5 mm de diâmetro, nas quais foram depositados 50 µL, do controle positivo Ceftiofur 0,5 mg/ml, controle negativo (PBS), e as frações da resina nas concentrações de 700, 400 e 100mg/mL para confronto, as quais apresentaram inibição significante em relação ao grupo controle (p <0,0001, Newman-keuls ou Dunnet). Foram observadas inibições significantes da fração de C. sempervirens de 700mg/ml, que demonstrou a maior média das inibições obtida quando comparada ao grupo controle para as cepas C3 e C6 testadas (n=6), sendo MI:52.71±2.089% e MI:113.92±12,55% respectivamente. Para a cepa C4 a concentração de 100 mg/ml, obteve o maior resultado, sendo MI:35.70±0,25%. Para a cepa ATCC, obtiveram-se os seguintes resultados, para a fração de 100 mg/ml, MI:33.45±0,68%. Fração de 400 mg/ml, MI:39.50±1,35%, e na fração de 700 mg/m, MI:47.64±1,40%. A partir disso, conclui-se que este estudo pode contribuir com o conhecimento de produtos naturais de importância na medicina popular com potencial para o desenvolvimento de novos compostos antimicrobianos.

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Publicado

30-11-2017

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa