A FORMAÇÃO POLÍTICA DO (A) ENFERMEIRO (A): CAMINHOS PARA SUA CAPILARIDADE NOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS
Resumo
Resumo: A graduação, se conduzida de modo crítico e reflexivo, pode ser uma oportunidade de ampliar horizontes, como também de se inserir em coletivos, os quais favorecem a conquista de espaços de representatividade no mundo acadêmico. Um desses espaços de amadurecimento e reconstruções é o movimento estudantil, proporcionando contato com os mais diversos movimentos sociais e de luta, não só nos espaços da universidade, mas também em oportunidades de representação da categoria do trabalhador de enfermagem. Debater a competência política do enfermeiro e as implicações para seus itinerários formativos se mostra um desafio em tempos de cerceamento da pluralidade de ideias, devendo compor as agendas de discussões sobre a formação dos profissionais da saúde como um todo. Para além da atuação assistencial, a Enfermagem possui demandas sociais que exigem aproximações com tecnologias leves, relacionais e interpessoais, gestão, gerenciamento, mediação de conflitos e, em todos estes, o exercício da liderança se torna indispensável. Neste sentido o presente projeto de pesquisa buscará conhecer como se constrói a formação política do enfermeiro (a) e suas interfaces com movimentos sociais e movimentos estudantis, em um curso de graduação em Enfermagem de uma universidade pública estadual do sul do Brasil. Trata-se de um estudo de caso, de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, onde será realizado um grupo focal com dez Estudantes do curso de enfermagem devidamente matriculadas(os), que estejam cursando as diferentes fases do curso, e que já tenham (ou não) participado do movimento estudantil, de modo a dar-se espaço à todos(as) independente do seu envolvimento formal com esses movimentos. Realizar-se-á também entrevistas com dez docentes, sendo o(a) Chefe de Departamento e os(as) demais professoras/es do curso envolvidas/os nas disciplinas que eventualmente discutam (direta ou indiretamente) a Formação Política do(a) Enfermeiro(a). Adicionalmente, haverá análise documental do Projeto Político de Curso e dos planos de ensino dessas disciplinas. Para análise dos dados, utilizar-se-á a triangulação de métodos proposta por Minayo. Espera-se com contribuir para o fortalecimento das discussões sobre a formação política, e seu papel na construção de conhecimentos, habilidades e atitudes rumo a qualificação de Enfermeiros(as) efetivamente humanizados(as), atentos(as) e disponíveis para o enfrentamento das reais demandas dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se, ao contribuir com a literatura e produção científica acerca do tema, instigar novas pesquisas que visibilizem a emancipação e empoderamento da Enfermagem como categoria. Ao se ancorar epistemologicamente nesse estudo a noção de Política no sentido proposto por Paulo Freire para o ato de Educar, argumenta-se que há necessidade de se amadurecer os espaços formais de ensino-aprendizagem na educação superior, no sentido de conceber o diálogo e a dialogicidade como basais à pluralidade de ideias e à efetivação da Universidade tal qual foi pensada, como mosaico de saberes que se complementam respeitosamente. Compreende-se também que essa pesquisa poderá trazer avanços na compreensão da formação profissional em saúde como ato Político, seja na militância por um SUS gratuito e de qualidade retomando os ideais da Reforma Sanitária, seja na busca constante por ambientes universitários plurais e de resistência democrática.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.