A TRANSIÇÃO DOS ANOS INICIAIS PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: O QUE DIZ A PRODUÇÃO NACIONAL
Palavras-chave:
Transição Anos Iniciais para os Anos Finais, Ensino fundamental, Infância.Resumo
O presente estudo decorre de uma problemática histórica relativa ao processo de transição anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental. As alterações legais ás implicações curriculares e metodológicas, à organização cotidiana, à mudança da unidocência para pluridocência, entre outros desafios, nos mobilizou para este estudo. Definimos como objetivo geral, analisar as (pré)ocupações presentes nas produções acadêmicas quanto à transição dos anos iniciais para os anos finais, tendo em vista os movimentos teóricos implicados nos estudos da infância e que impactam nos anos finais do Ensino Fundamental. Para isto, historicizamos brevemente o processo de formação e expansão do ensino fundamental no Brasil, a fim de compreender a origem das diferentes rupturas que perpassam os anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental. Construímos inicialmente um quadro sinóptico acerca dos estudos inventariados, em atenção ao tema-problema, identificando as instituições envolvidas e os referenciais subsidiários dos estudos. Na sequência, destacamos os focos e as demandas. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa do tipo “estado do conhecimento”, a qual segundo Ferreira (2002) possibilita o aprofundamento em determinado tema, dialogando com as diferentes produções e autores, visualizando as inquietações e possibilidades, bem como as lacunas existentes para futuras investigações. Constituíram-se como fontes desta pesquisa os sítios da CAPES, IBICT e SciELO. As palavras de busca foram: “Transição escolar”, “transição do quinto para o 6º ano do ensino fundamental”, “transição do 5º para o 6º”, “transição do ensino fundamental I para o ensino fundamental II” e “transição da 4ª para a 5ª série”. Como resultados, destacamos que os diferentes estudos acessados apontam que os problemas do hoje quinto ano persistem de longa data, ainda na condição da 5ª série, e que, apesar de serem problemas historicamente anunciados, há um silenciamento no que se refere a ações que visam dirimir os problemas desta transição, atentando particularmente para a formação do professor quanto às discussões da infância, seus tempos e modos de aprender. Há evidências de que somente atribui-se ao educando a necessidade de que assuma uma postura mais madura, o que impacta seguramente na postura de ambos; não apenas na criança. As escolas, no entanto, também carecem de mediações, exercícios de cuidado os quais deve preservar as particularidades da infância.
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