PROMOVENDO A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS POR MEIO DA PALHAÇARIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Resumo

O ato de lavar as mãos no cotidiano de trabalho do ambiente hospitalar tem demonstrado ser um grande aliado na destruição de microorganismos infecciosos, no controle de infecções cruzadas, além de reduzir a multirresistência bacteriana. No entanto, a falta de adesão dessa prática, pelos profissionais da saúde, pode acarretar em problemas que repercutam nos pacientes e/ou, até mesmo, nas instituições de saúde devido a maiores gastos decorrentes de internações prolongadas.  Pensando nessa perspectiva, a palhaçaria desenvolvida no contexto hospitalar pode ser uma importante ferramenta de auxílio e promoção da saúde, de maneira a implicar na prática de higienização das mãos de forma prazerosa, consciente e natural. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho é relatar uma ação em saúde desenvolvida pelo Programa Enferma-Ria na promoção da higienização das mãos com profissionais da saúde. Trata-se de um relato de experiência de uma atividade realizada no Hospital da Criança Augusta Muller Bohner (HC), localizado na região Oeste de Santa Catarina. Nesta instituição são realizadas as atividades do programa extensionista “Enferma-Ria: a palhaçaria como ferramenta na promoção da saúde materno-infantil”, vinculado a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó (UFFS/SC). Nessa ação específica, a demanda surgiu da diretoria do HC e foi realizada nos dias 13, 15 e 16 de maio do presente ano, em três turnos de assistência. Partindo-se do pressuposto de que os profissionais da saúde já conhecem a técnica de lavagem mãos e que tal prática precisa ser mais incentivada, a intervenção realizada pelos palhaços adotou uma forma de trabalho amorosa como mecanismo de sensibilização diferenciada para cumprimento do objetivo proposto para a intervenção. Desta forma, realizou-se a troca de um abraço por uma higienização das mãos, considerando-se que o abraço pode representar tanto uma forma de carinho quanto uma forma de cuidado. Similarmente acontece com a higienização das mãos, que também se constitui em meio para prevenir infecções cruzadas, além de proporcionar uma forma de carinho e cuidado com quem está recebendo assistência de algum profissional da saúde. Para ser eficaz, um abraço precisa ser prolongado, pois é cientificamente comprovado que o contato físico por mais tempo promove melhores resultados. Com a higienização das mãos a lógica é a mesma, visto que tal prática necessita, além de técnica correta, respeitar um tempo para a realização de cada passo. Outra forma de incentivar a continuidade do processo de lavagem das mãos foi considerando que a higienização é acumulativa. Sendo assim, cada abraço ganhado gerava uma higienização que deveria ser realizada durante o expediente. Assim, fomentou-se, além da criação de vínculo entre os profissionais, uma continuidade no processo de cuidado, com inúmeros benefícios, tanto para a Instituição e profissionais da saúde nela atuantes, quanto para os acadêmicos envolvidos na ação.