DESMISTIFICANDO A INFLUÊNCIA DAS FASES DA LUA NO SEXO DA CRIA EM VACAS
Palavras-chave:
influência lunar. nascimento de bezerros. taxa de reposição. pesquisa científica. pesquisa universitária.Resumo
A produção de leite é uma das atividades mais desenvolvidas no âmbito da agricultura familiar, sendo, em alguns casos, a única fonte de renda da propriedade. Nesse sentido, o aumento da porcentagem de fêmeas nascidas em um rebanho é importante, economicamente, para o produtor, pois propicia um aumento na taxa de reposição aumenta a pressão de seleção e permite a venda de novilhas, aumentando a renda do produtor. No meio rural, existem crendices que são passadas de geração a geração, porém, sem comprovação científica. A influência da lua já foi descrita por diversos autores no rendimento da cenoura, na época do corte de bambu e de madeira, apesar de não existirem muitos dados experimentais pelo fato de muitos autores considerarem a influência lunar algo supersticioso. O sudoeste paranaense se caracteriza pela agricultura familiar e o nível técnico é baixo. Uma das crendices encontrada entre os produtores da região, é a influência lunar no sexo da cria. A hipótese testada seria de que os animais inseminados nas luas Cheia e Nova deveriam parir fêmeas, enquanto os animais inseminados nas luas Crescente e Minguante deveriam parir machos. Desta forma, buscando desmistificar essa crendice, avaliou-se a possível influência do período lunar no sexo do animal. Para isso, foram utilizados os dados de uma propriedade, nos quais foram comparados a fase da lua e o sexo das prenhezes oriundas de inseminações com sêmen convencional ou monta natural e, além disso, utilizaram-se dados da sexagem confirmadas por ultrassom, de animais que ainda não nasceram. Para o presente trabalho, não foram considerados partos gemelares, independente do sexo da cria. A propriedade escolhida possui todos os registros reprodutivos, não tendo influência nos resultados por omissão de informações. Comparou-se a data da inseminação com o período lunar e os dados foram analisados e tabulados, sendo avaliados 146 gestações no período de 2012 a 2017. Analisando os dados, observou-se que, das inseminações que ocorreram na lua cheia, nasceram 19 machos e 16 fêmeas. Das inseminações que ocorreram na lua minguante, nasceram 19 machos e 22 fêmeas. Das que ocorreram na lua nova, nasceram 17 machos e 14 fêmeas. Já das inseminações que ocorreram na lua crescente, nasceram 21 machos e 18 fêmeas. Portanto, a análise dos dados permite observar que há pouca diferença entre o sexo da cria e a fase da lua em que a vaca foi inseminada, não sendo relevante considerar a fase lunar no sexo do produto. A partir disso, é essencial o papel do médico veterinário na desmistificação do conhecimento empírico, uma vez que se o produtor deixa de inseminar um animal por não estar na lua em que acredita que irão nascer fêmeas, isso pode contribuir para o aumento do intervalo entre partos, diminuindo a eficiência reprodutiva do rebanho, gerando prejuízos f
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