RELATO DE CASO: SÍNDROME DO FETO ÚNICO EM CADELA

Autores

  • Camila Regina de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Najla Ibrahim Isa Abdel Hali Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Fabiana Pavão da Silva Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Érico Henrique pereira de Castro Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Evandro Rodrigues Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Fabíola Dalmolin Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Gabrielle Coelho Freitas Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza

Palavras-chave:

Obstetrícia veterinária. Caninos. Distocia fetal. Parturiente.

Resumo

A distocia é a dificuldade ou incapacidade de expelir o feto, pode ter origem materna, fetal ou ambos e em cadelas ocorre em aproximadamente 5% dos casos. O objetivo deste trabalho é descrever o caso de síndrome do feto único em cadela. A paciente de 8 anos de idade, 2,1 kg, SRD, foi encaminhada para atendimento pois estava em trabalho de parto há 12 horas, sendo que estes foram claros e evidentes. Ao exame clínico obstétrico o animal apresentava secreção esverdeada e pouca dilatação cervical, sendo que não houve acompanhamento gestacional por ultrassonografia. Na avaliação ultrassonográfica foi verificada a presença de um único feto sem batimentos cardíacos, sendo a paciente encaminhada para ovário-histerectomia (OVH) terapêutica. O exame hematológico revelou leve anemia e eosinofilia.  A cirurgia foi realizada por meio da técnica das três pinças modificada, sem complicações, sendo realizada sutura invaginante no corpo do útero e omentalização. Ao exame macroscópico, verificou-se que o feto estava em processo de maceração eo o útero friável. Foram prescritos para o pós-operatório cefalexina (30mg/kg/BID/PO/10 dias), meloxicam (0,1mg/kg/SID/PO/3 dias), cloridrato de tramadol (3mg/kg, TID/PO/4 dias), limpeza da ferida cirúrgica com solução fisiológica e curativo com clorexide (BID) até a retirada dos pontos. Os mecanismos relacionados ao controle endócrino do período gestacional e parto em cadelas ainda não estão totalmente elucidados, mas sabe-se para que ocorra o desencadeamento do parto é necessário que tenha aumento nos níveis de cortisol materno, decorrente da maturação do eixo hipófise-adrenal do feto. Esse cortisol é responsável pela conversão placentária de progesterona em estrógeno, promovendo a diminuição dos níveis plasmáticos de progesterona e, consequentemente, síntese e secreção de prostaglandina uterina. Na síndrome do feto único, os níveis de cortisol produzido pelo feto são baixos, levando ao aumento do tempo do parto, causando estresse e sofrimento fetal ou neonatal. Embora exista risco de septicemia, esta não foi observada. Entretanto, a morte fetal observada neste caso, pode ocorrer devido à taquicardia, parada cardíaca, hipóxia pelo comprometimento da circulação placentária e acidose metabólica decorrente da diminuição na oxigenação sanguínea tendo como resultado a produção de ácido lático. Conclui-se que a síndrome do feto único pode ocorrer em cadelas e o acompanhamento gestacional, a rápida detecção do parto e intervenção podem reduzir os índices de óbito e complicações materna e fetal.

Biografia do Autor

  • Camila Regina de Oliveira, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Academica de Medicina Veterinária

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Publicado

30-11-2017

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura