SÍNDROME DO FILHOTE NADADOR EM GATOS - RELATO DE CASO

Resumo

A síndrome do filhote nadador, ou hipoplasia miofibrilar, é uma alteração na sinapse neuromuscular com mielinização inadequada de neurônios motores periféricos, associada a crescimento inadequado da musculatura ou ligamentos, que não acompanham o crescimento do restante do organismo. A síndrome é um compêndio de alterações morfológicas locomotoras, ósseas e cardíacas, de origem músculo esqueléticas, que afetam principalmente cães de idade entre duas e três semanas. De prevalência maior em cães condrodistróficos, a síndrome do filhote  nadador em gatos é tida como muito rara. Dentre as alterações locomotoras estão a hiperflexão bilateral da articulação coxofemural e hiperextensão das articulações tíbio-femoro-patelar e tíbio-társica, além da enfermidade genu recurvatum e deluxação medial das patelas. O acometimento ocorre em membros pélvicos, associados ou não a membros torácicos. Dentro da síndrome tais alterações estão,também, frequentemente associadas a sopro cardíaco e pectus exacavatum. Na etiopatogenia especula-se que as causas são genéticas e com agravantesambientais, como o piso ao qual os animais estão expostos e a alimentação da mãe com excessivo teor protéico. Clinicamente, os animais acometidos apresentam dificuldade em se manter em estação e permanecem em decúbito esternal; os movimentos de pedalagem na tentativa de andar resultam em movimentos de remada - daí o nome da síndrome. Em casos graves de pectus excavatum pode haver dispnéia, que associado ao sopro cardíaco, pode resultar em mucosas cianóticas e síncopes. Foram atendidos na Superintendência Hospitalar Veterinária Universitária, da Universidade Federal da fronteira Sul – campus Realeza, três gatos de mesma ninhada, com idade de 22 dias e dificuldade de locomoção por hiperextensão e abdução de membros pélvicos; juntamente com pectus exacavatum e luxação patelar. Foi realizado exame clínico, com diagnóstico de síndrome do filhote nadador, e empregado o tratamento com bandagens em forma de algema, nos membros pélvicos. O acompanhamento ocorreu por 21 dias e ao final deste período observou-se melhora significativa, com alinhamento dos membros pélvicospróximo ao normal e leve abdução.